Paulo do Boqueirão: o lendário pescador de Japaratinga
Homem começou a pescar aos 13 anos de idade

Paulo do Boqueirão, Alemão, Paulo do Eneci, Paulo da Kombi, Paulo Pescador esses são os nomes que o mais famoso pescador de Japaratinga é conhecido. Paulo César Santos Wanderlei, de 66 anos de idade, é uma lenda viva na cidade litorânea e desde os 13 anos vive da pesca.
A belíssima Praia do Boqueirão representa tudo na vida do lendário pescador. Paulo Pescador começou a pescar de anzol nas pedras do Boqueirão com o pai Eneci Prado Vanderlei quando ainda era adolescente e desde então nunca mais parou de pescar, mesmo se aposentando em 2021.

O pescador se apaixonou pela pesca e também pela sua esposa Izaura de Melo Wanderlei, de 61 anos. Juntos, eles criaram quatro filhos e nunca saíram do pacato povoado de Japaratinga. Alemão chegou a dividir o tempo de trabalho com a agricultura e agora com o transporte complementar, mas nunca abandonou a pescaria.

Paulo César Wanderlei contou como foi o início. “Comecei a pescar de vara, em cima das pedras. Começava a trabalhar na parte da manhã e quando chegava em casa, pegava a vara e saía para pescar. Já pesquei muito aqui também no rio Manguaba. A pesca que hoje mais faço é no curral que fica no mar do Pontal do Boqueirão e na rede a gente pesca no período do mês de outubro até março”, disse.

Ele não sabe viver longe do Boqueirão. “Aqui têm muitas coisas boas: é minha terra natural, onde nasci, me criei, criei minha família e tudo aqui tem futuro pela frente. Tudo de bom tem aqui. A melhor coisa na minha vida foi a pesca. Tudo que eu tenho foi com a pesca”, afirmou.

Paulo do Boqueirão disse que a sua rotina começa muito cedo. “Acordo 4h da madrugada e vai depender a pesca pela hora da maré. Todos os oitos netos vão comigo para a praia para me ajudar a puxar a rede com os peixes”, disse ele que ama ir para a praia com os netinhos.
Mãe da Pobreza
Mas não é apenas o Paulo Pescador que é conhecido em todo o Litoral Norte, mas sua rede de pesca também é muito famosa e ele colocou um nome especial no instrumento: ‘Mãe da Pobreza’. Ele comprou a rede no ano de 2010 e hoje é a alegria das pessoas carentes.

“A minha rede é conhecida como a Mãe da Pobreza. Quando Deus dá é para todo mundo. A gente tira a parte do pescador, tem a parte de venda e tem a parte que a gente distribui para a pobreza, que infelizmente ainda têm muitas pessoas carentes que precisam de peixes e eu estou aqui para ajudar as pessoas. A minha rede quando vem do mar parece uma feira livre com tantas pessoas porque meu coração é muito bom e as vezes chego em casa sem nenhum peixe”, disse.

Ele disse que o seu coração é do tamanho do mar do Boqueirão. “Eu só procuro fazer o bem e tudo que eu tenho agradeço ao meu Deus. A minha rede é abençoada. É uma rede muito abençoada aqui em Japaratinga. Ela é conhecida de ponta a ponta como a Mãe da Pobreza”, finalizou.

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