'Que se exploda', diz Bolsonaro sobre médico preso por estupro
Anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi filmado ao abusar de uma paciente grávida durante o parto no Hospital da Mulher
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que é "lamentável" que o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso suspeito de estuprar uma paciente grávida durante o parto no Hospital da Mulher, no Rio de Janeiro, não possa "apodrecer na cadeia".
"É extremamente lamentável que a nossa Constituição não permita sequer que o maldito estuprador que abusou de uma paciente grávida anestesiada no RJ apodreça para sempre na cadeia, sem nenhum tipo de privilégio. Direitos humanos é para a vítima, esse vagabundo que se exploda", disse Bolsonaro nas redes sociais nesta segunda-feira (11).
Durante conversa com apoiadores nesta terça-feira (12), Bolsonaro voltou a falar sobre o assunto. "Lógico foi preso em flagrante, acertadamente. Infelizmente não tem prisão perpétua no Brasil", diz. "Esse cara vai apodrecer na cadeia, no meu entender, mas qualquer punição é pouca para esse cara", completou.
O médico foi preso em flagrante pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na noite deste domingo (10), por estupro. Segundo as investigações, Giovanni Quintella Bezerra abusou de uma paciente grávida durante o parto no Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, na mesma região.
As investigações começaram após funcionários da unidade de saúde filmarem o anestesista colocando o pênis na boca da paciente enquanto ela estava dopada e passava por uma cesariana. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde repudiou a conduta do médico.
A gravação foi feita devido à desconfiança da equipe médica de que o abuso estava sendo cometido pelo anestesista. Segundo os profissionais, Bezerra já havia apresentado comportamento suspeito em outras ocasiões.
Em entrevista ao Balanço Geral RJ, a delegada Bárbara Lomba, da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, contou que a polícia foi acionada pelo hospital. Ao chegarem à unidade, os agentes ouviram testemunhas e tiveram acesso ao vídeo gravado pela equipe de enfermagem, que já desconfiava da conduta do anestesista por procedimentos incomuns havia cerca de um mês.
"Na primeira, já observaram os mesmos comportamentos. Na segunda, um integrante teve que se aproximar por necessidade de um equipamento que teve problema, e a pessoa viu o pênis do médico exposto. Entre a segunda e a terceira cirurgia, decidiram, juntos, que iriam tentar fazer essas imagens e conseguiram filmar", explicou.
"As imagens falam por si. É desnecessário que fiquemos descrevendo porque é uma coisa hedionda, estarrecedora, indescritível, inimaginável. Mas todos viram o que aconteceu. Aquilo ali é um relato do crime. O próprio autor, vítima, todos presentes. Toda a dinâmica do crime está ali", acrescentou.