Economia

PIX faz dois anos e dinamiza relação de consumo em Maragogi

Modalidade se consolidou como meio de pagamento e vem diminuindo vendas fiado na cidade turística

Por Maurício Silva 17/11/2022 07h07 - Atualizado em 17/11/2022 07h07
PIX faz dois anos e dinamiza relação de consumo em Maragogi
Pequenos lanches são pagos via PIX em Maragogi - Foto: Isac Silva/7Segundos

Nessa semana o PIX completou dois anos com presença garantida na rotina de 60% dos brasileiros (127,8 milhões). O amplo acolhimento consolidou o sistema de pagamentos instantâneos com real ameaça para os boletos bancários e cartão de crédito em todo o país. Em Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, cidade que possui o 10º maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, a modalidade se firmou, dinamizando a relação de consumo e vem diminuindo até as vendas fiado.

Maragogi, a Capital da Costa dos Corais, possui três luxuosos resorts e centenas de empreendimentos turísticos, mas o PIX invadiu todos os setores comerciais no Caribe Brasileiro. O pagamento instantâneo vem sendo usado até nos pequenos negócios como vendedores ambulantes de lanche nas ruas de Maragogi. Até mercadorias com baixos valores como chicletes e confeitos, o PIX é usado para pagamento.

O empreendedor Eraldo Marques, de 54 anos de idade, tem uma barbearia no conjunto Adélia Lira ‘Grota’ e a chegada do PIX só trouxe benefícios para o seu negócio. “Depois do PIX ajudou bastante. Antes a gente trabalhava fazendo fiado e hoje o PIX é a moda no negócio. Então hoje o que entra, 70% é PIX e o fiado acabou! E raramente o cliente passa cartão aqui. O PIX hoje é 70% e os 30% é no dinheiro (cédula). Se recebe apenas à vista no dinheiro, iria perder 70% da renda atualmente”, destacou.

O pequeno comerciante Claudio José, de 55 anos, vende no Centro da cidade produtos como macaxeira, abacaxi, banana e oferta a modalidade PIX para pagamento. “Com certeza aceito PIX, já faz uns seis meses. Perdia muito de vender por conta que o cliente não tinha dinheiro no bolso, mas tinha PIX. O fiado acabou com o PIX”, contou.

Tem consumidor que não anda mais com dinheiro em espécie, como é o caso José de Barros, 30 anos, que foi comprar numa barraca de lanche no Centro. “Hoje em dia eu uso mais o PIX. Não ando mais com dinheiro até por conta que não é seguro. Hoje vai com o celular para todo canto e usando o dinheiro do PIX. Já paguei o cartão de crédito no PIX (o valor mais elevado) e o mais baixo foi agora no lanche de R$ 1,50”, disse.

A microempreendedora Amara da Silva, de 45 anos, contou que a chegada e consolidação do PIX mudou a relação de consumo na sua barraca de lanche na ‘Praça da Vans’, que fica na região central de Maragogi. “O PIX mudou muito aqui na minha barraca. Hoje eu ainda vendo mais no dinheiro, mas o PIX sempre aparece. Aqui recebo PIX de R$ 1,00 pra cima”, comunicou.

Perde quem não tem

O PIX é uma realidade que trouxe muitos benefícios, mas quem ainda não usa a forma de pagamento instantânea acaba perdendo clientes e dinheiro, como é o caso do senhor José Pereira de Souza, de 67 anos, que é ambulante vendendo lanches. “Não trabalho com PIX. Já era para eu ter sido incluído há muito tempo. Não sei operar. Com certeza estou perdendo muitos clientes por conta que não tenho PIX. Só hoje [ontem] pela manhã cinco clientes perguntaram se eu aceitava PIX e perdi. Estou perdendo de ganhar por conta que não tenho o sistema”, constatou.

Números do PIX

Desde seu lançamento, a ferramenta do BC (Banco Central) já completou mais de 26 bilhões de transações, que totalizam cerca de R$ 13 trilhões. Segundo a autoridade monetária, somente no último mês de setembro foram realizadas 2,3 bilhões transações via Pix (R$ 1 trilhão), 350 milhões com o uso de boletos bancários (R$ 475,7 bilhões) e 85,5 milhões registradas em TED (R$ 3,5 trilhões).

Com apuração de Isac Silva*