Moradores do turístico município de São Miguel dos Milagres, no Litoral Norte de Alagoas, denunciam condições ambientais e sociais insalubres que vivem no povoado Porto da Rua. As casas improvisadas estão localizadas em um terreno de nascente, causando doenças, principalmente em crianças.

Há mais de dois anos cerca de 30 famílias vivem nesta situação. A antiga gestão da Prefeitura de São Miguel dos Milagres, do ex-prefeito Bureco Ataíde, abrigou essas famílias, que são da comunidade Sem Teto, em uma quadra poliesportiva, mas após alguns meses alocou as famílias para o atual terreno, localizado na rua Oscabano do Porto. Esse terreno é impróprio para morar, pois é área de preservação ambiental com nascentes, o que deixa o solo com muita lama.

Por causa da quantidade de água e lama acumulada, os barracos improvisados feitos de madeira e de materiais de construção não se sustentam no solo e desabam. A moradora Dejavânia dos Santos chegou a relatar que o terreno foi desmatado e deixado sem nenhuma estrutura e sem saneamento básico para que fosse habitado.

Dejavânia dos Santos disse que as pessoas moram em um local sem as mínimas condições. “Aqui a gente não tem acesso a nada, a não ser a lama e água”, declarou.

Além de temer com a estrutura dos barracos, a saúde das pessoas está prejudicada por causa de contaminação de germes e do inseto bicho do pé.

Segundo moradores, a atual gestão municipal prometeu que daria casas para cada família e que pagaria aluguel social, mas até agora nada foi feito. De acordo com residentes da comunidade, o atual prefeito, Jadson Lessa (MDB), chegou a conversar com a comunidade e declarou que ele não tinha nada a ver com o problema, pois não foi ele quem os colocou nessa situação, no entanto fez diversas promessas para resolver o problema.

Uma das promessas foi levar eles de volta para a quadra poliesportiva, mas Dejânia informou que essa não é a melhor solução, relatou que na experiência que tiveram, eles ficaram largados e sofrendo.

Atualmente as famílias recebem cesta básica da prefeitura e tem como renda mensal apenas o Bolsa Família, e não conseguem se sustentar para pagar por um aluguel e complementar a alimentação. Vários barracos de taipa caíram e os moradores estão desesperados com a situação.

A súplica dessas famílias é que a Prefeitura de São Miguel dos Milagres os ajude a ter uma moradia com dignidade e condições para viver com segurança e tranquilidade.

“A gente não dorme direito à noite, de dia a gente acorda com o pé na água, meu Deus é tanta coisa. Se a gente passa pelo caminho é água, dentro de casa é água, a gente não sabe o que faz mais. A gente precisa mesmo de um cantinho pra viver em paz”, desabafou Dejavânia.

O 7Segundos entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de São Miguel dos Milagres desde quinta-feira (6), mas até a manhã desta sexta-feira (7) o órgão não se pronunciou sobre a situação dos moradores que vivem em situação desumana.