TV 3.0: veja o que muda com o modelo que será oficializado pelo governo nesta semana
Novo padrão tecnológico marcará o início da integração entre a televisão aberta e a internet

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar o decreto que implementa a TV 3.0 no Brasil nesta terça-feira (19). O novo padrão marca o fim do modelo tradicional unidirecional tecnológico e o início da integração entre a televisão aberta e a internet.
A terceira geração da televisão já vinha sendo discutida no governo e estava em fase de estruturação. O novo modelo trará melhorias de imagem, som e maior interatividade para quem assiste.
O formato escolhido para o Brasil é baseado no padrão ATSC 3.0, já adotado em outros países. Entre as principais mudanças estão:
Imagem em resolução 4K com HDR;
Som com qualidade de cinema (áudio imersivo);
Personalização do conteúdo conforme preferências do usuário;
Recursos de acessibilidade otimizados (como Libras e audiodescrição);
Integração com a internet para consumo sob demanda e serviços interativos; e
Capacidade de segmentar transmissões por região e perfil.
Os tipos de interação dependerão do provedor de conteúdo, mas será possível, por exemplo, acessar e responder enquetes, escolher entre diferentes câmeras em um reality show ou jogos de futebol, além de realizar compras online dos itens apresentados na tela.
Como será a implementação do novo modelo
Segundo o Ministério das Comunicações, o plano é que o sistema funcione nacionalmente até a próxima edição da Copa do Mundo da Fifa, em junho de 2026.
A migração acontecerá de forma gradual, começando pelas grandes capitais. Para ter acesso ao novo modelo, será necessário um conversor, assim como ocorreu na mudança do sinal de TV analógico para o digital.
“A expectativa é que, futuramente, novos televisores já venham de fábrica com suporte a essa nova tecnologia”, destaca a pasta.
Aumento do consumo de conteúdo
Professor e pesquisador do campo da cibernética e inteligência artificial, Romes de Araújo explica que, com a nova tecnologia, a tendência é que o consumo de conteúdos seja ampliado, já que o modelo será gratuito.
“Os canais de televisão têm perdido espaço cada vez mais aos serviços de streaming. Com a TV 3.0, esse padrão de consumo característico da internet, mas que é pago, vai se encontrar com a gratuidade da oferta e o amplo alcance da TV. Será algo de altíssimo impacto em nossa economia, especialmente porque a TV 3.0 permite a personalização de anúncios, seja por região ou perfil do próprio telespectador”, comenta.
Além disso, ele destaca que o novo padrão será o primeiro passo de mudança para o futuro das televisões.
“Teremos uma qualidade de sinal cada vez melhor, a programação poderá ser mais completa, afinal, vamos poder acompanhar diferentes eventos simultaneamente no mesmo canal. Cada vez mais, teremos mais conteúdo profissional e de qualidade disponível sem custo direto para a população brasileira”, afirma o especialista.
Mais da metade dos brasileiros utilizam a internet em televisões
Uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em julho, revela que, pela primeira vez, mais da metade dos usuários de internet no Brasil (53,5%) acessam conteúdos por meio do aparelho de televisão.
O levantamento foi feito em 2024 e mostrou que o principal meio de acesso foi o telefone móvel celular (98,8% dos entrevistados). Em seguida, o aparelho de TV (53,5% dos usuários). O acesso à internet por meio do microcomputador caiu de 63,2% em 2016 para 46,2% em 2019, até atingir 33,4% em 2024, o menor valor da série histórica.
Para o diretor do Departamento de Inovação, Regulamentação e Fiscalização da Secretaria de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Tawfic Awwad Junior, o dado reforça uma tendência global e o potencial da TV 3.0.
“Os dados do IBGE mostram que o acesso à televisão aberta é extremamente alto no Brasil. As informações sobre a utilização da internet nos aparelhos de TV revelam o enorme potencial da TV 3.0, que vai unir definitivamente a radiodifusão ao universo da internet e trazer infinitas possibilidades de novos serviços e aplicações para o telespectador da TV aberta e gratuita no país”, comentou.
O ministro das Comunicações, Siqueira Filho, acredita que a nova tecnologia representa um salto para a televisão aberta no país.
“Será uma televisão conectada à internet. As duas tecnologias vão operar em paralelo. Então, não vai existir descontinuidade do serviço da TV atual. Será uma TV mais interativa, aberta e gratuita.”
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