Polícia

Caso Gabriel Lincoln: laudo balístico confirma compatibilidade entre arma apreendida e projétil

Armamento não possui registro no banco de dados da Polícia Federal, o que levanta questionamentos sobre origem e posse

Por 7Segundos 02/07/2025 16h04 - Atualizado em 02/07/2025 16h04
Caso Gabriel Lincoln: laudo balístico confirma compatibilidade entre arma apreendida e projétil
Gabriel Lincoln Pereira da Silva morreu após ser perseguido e supostamente ter trocado tiros com a PM - Foto: Reprodução / Redes sociais

A investigação sobre a morte de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, ocorrida durante uma operação da Polícia Militar em Palmeira dos Índios, no dia 3 de maio de 2025, ganhou um novo capítulo. Um laudo balístico revelou que o revólver calibre .38, supostamente encontrado com o adolescente, estava em perfeito estado de funcionamento e compatível com o projétil localizado em seu tambor.

O armamento, no entanto, não possui registro no banco de dados da Polícia Federal, o que levanta questionamentos sobre sua origem e posse. A análise reforça a versão apresentada pela PM, que alega que o jovem teria desobedecido um sinal de trânsito e efetuado disparos contra os policiais, sendo atingido em resposta.

A família de Gabriel contesta essa versão desde o início e aponta inconsistências na conduta dos militares envolvidos. Para esclarecer as circunstâncias da morte, uma reconstituição oficial do caso foi marcada para o dia 15 de julho. O procedimento será decisivo para confrontar os relatos da corporação com os da família, que acusa a polícia de execução sumária.

Em entrevista à Rádio Sampaio 94.5 FM, o pai de Gabriel, Cícero, expressou a esperança de que a reconstituição traga respostas. “Estamos ansiosos por esse momento. A reprodução vai nos ajudar a entender o que realmente aconteceu e trazer uma luz para esse caso”, disse.

Gabriel Lincoln era um jovem empreendedor e havia iniciado um pequeno negócio com o apoio financeiro do pai. Sua morte gerou forte comoção em Palmeira dos Índios e repercussão nas redes sociais, onde internautas questionam a versão policial e cobram justiça.

“Como um garoto de 16 anos, que precisava do investimento do pai para abrir um negócio, teria acesso a uma arma que nem está registrada na Polícia Federal?”, escreveu uma usuária em uma publicação sobre o caso.

O inquérito está em fase final e será encaminhado ao Ministério Público, que definirá os próximos passos da investigação. Enquanto isso, a população segue mobilizada, acompanhando de perto cada etapa do processo e exigindo transparência e responsabilização, caso abusos sejam comprovados.