Demarcação de terras indígenas causa protestos e tensão no muncípio de Palmeira dos Índios
Tensão envolve moradores e servidores da Funai
A manhã desta terça-feira (7) foi marcada por tensão em Palmeira dos Índios (AL) por causa do processo de demarcação da Terra Indígena Xukuru-Kariri. Equipes da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) estão no local para acompanhar o cadastro das ocupações não indígenas e fazer o levantamento das melhorias feitas nas propriedades. Moradores protestam contra a medida, e a Polícia Militar acompanha a situação.
A ação faz parte do cumprimento de uma decisão judicial que exige a demarcação da terra indígena. Isso inclui a avaliação das benfeitorias (como construções e plantações) feitas por quem ocupa a área, para que, no futuro, essas pessoas sejam retiradas do local com o pagamento de indenizações justas. Essa etapa é importante para garantir os direitos dos não indígenas e dar segurança jurídica ao processo.
Mesmo assim, muitos moradores resistem em sair. Um senhor de 86 anos, que vive no local desde criança, afirmou: “Eu gosto de trabalhar! Já tive um infarto, fui para Maceió, passei 18 dias internado. Tomo remédio todo dia, mas continuo trabalhando. Só saio daqui quando morrer”.
Outros moradores dizem que as terras estão com suas famílias há várias gerações. “Meu pai morreu com 80 anos e já tinha herdado dos bisavôs dele. A gente vive nessa incerteza, sem saber o que vai acontecer”, contou um homem.
A senhora Nair Maria da Conceição, de 96 anos, também falou sobre sua história. “Moro aqui há 73 anos. Casei e vim pra cá. Criei toda minha família nesse pedacinho de chão. É pequeno, mas eu pago imposto e tenho como provar. Não tenho pra onde ir”, disse.
Os moradores esperam poder continuar nas terras ou, se forem retirados, receber uma indenização justa.
Sobre a Terra Xukuru-Kariri — Localizada em Palmeira dos Índios (AL), essa é uma Terra Indígena em processo de regularização fundiária. A área foi identificada, delimitada e demarcada fisicamente em 2013, e aguarda homologação pela Presidência da República para se tornar oficialmente reconhecida.
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