Os reservatórios que abastecem cidades do Agreste de Alagoas como Palmeira dos Índios, que fica a 34 km de Arapiraca, estão secando e a situação se agrava na região.

Especialistas já afirmaram que o ano de 2016 é o mais quente dos últimos tempos. A estiagem tem um dos períodos mais longos no Nordeste e em Alagoas a situação é de emergência.

No próximo dia 10, o presidente da República, Michel Temer (PMDB) tem visita agendada para Alagoas e vai apresentar ações de combate à seca.

A situação é crítica e as fotos mostram os reservatórios de Carangueja, que abastece 70% do município de Palmeira dos Índios, praticamente vazio.

Atualmente, o município é abastecido pelo sistema de rodízio, deixando moradores de alguns bairros com até cinco dias sem água.

Um morador da região enviou um relato sobre a realidade da falta de água, mas não quis se identificar. Ele afirmou que membros de movimentos sociais denunciaram ao Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) a inviabilidade da Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal) utilizar a água do Rio Caçamba para abastecer as cidades de Palmeira dos Índios, Quebrangulo, Paulo Jacinto e Viçosa.

"O rio possui apenas dois palmos de profundidade, antes eram 10 metros. O Caçamba não tem vazão suficiente para abastecer essas cidades e os movimentos sociais desses municípios já foram atrás do IMA para tentar paralisar a retirada de água do rio", informou o morador.

Casal

De acordo com a empresa, já foi solicitado que os moradores racionem e usem a água de forma consciente.

O Portal 7 Segundos entrou em contato com a assessoria de comunicação da Casal para saber quais ações serão tomadas para evitar um colapso no sistema de abastecimento, devido o nível dos reservatórios estarem abaixo do normal.

O órgão afirmou que o abastecimento do município de Palmeira dos Índios é oriundo das barragens Caçamba, responsável por 30% da água, e Carangueja, que abastece 70% do município.

A nota enviada por e-mail destaca que a Casal já mobilizou o Comitê Estadual de Combate à Seca e serão realizadas ações para combater o furto de água nas adutoras e pedido à população para fazer uso racional da água e não desperdicar o líquido.

Com relação a ação da Casal junto ao Comitê, a assessoria de comunicação afirmou que é para garantir apoio para um total de 20 cidades que correm risco de colapso no abastecimento.

Transposição da água

Segundo a nota, uma das alternativas da Casal é fazer a transposição da água da barragem do Bálsamo para a Carangueja com o objetivo de garantir o abastecimento de água em Palmeira dos Índios. Essa medida irá custar, em média, R$ 12 milhões, valor estimado, de acordo com a assessoria.

A nota da Casal ressalta que a transposição deverá percorrer cerca de 5 quilômetros entre a barragem do Bálsamo e uma área que envia água para a Carangueja, que pode entrar em colapso no próximo final de semana.

Segundo a Casal, a empresa já está em contato com o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e com as secretarias estaduais e municipais para resolver o problema.

Outros municípios

Em Quebrangulo e Paulo Jacinto, a situação é diferente. Quebrangulo é abastecido, principalmente, pela barragem Caranguejinha. A situação deste município, portanto, não depende da barragem Carangueja. O município de Viçosa, por sua vez, não é abastecido pela Casal, informou a nota.

O documento da empresa que atua em Alagoas termina com a relação das 77 cidades que são atendidas pela Casal dos 102 municípios alagoanos.

Veja a situação das cidades, relacionadas pela Casal, que estão em situação precária no abastecimento.

Iminente colapso: Mar Vermelho e Senador Rui Palmeira;

Na iminência de entrar em colapso: Canapi, Inhapi, Mata Grande, distrito de Piau, em Piranhas, Campo Alegre, Taquarana, Craíbas, Igaci, Coité do Nóia e Arapiraca;

Com dificuldade no abastecimento: Palmeira dos Índios, Minador do Negrão, Estrela de Alagoas, Ibateguara, Messias, Santa Luzia do Norte, Colônia Leopoldina, Rio Largo, Murici, Novo Lino, Satuba, Maragogi, Porto de Pedras e Matriz do Camaragibe.