Vazão do Rio São Francisco está reduzida para pior média do Nordeste
Recorde: esta é a pior vazão desde o início do funcionamento da Usina Sobradinho
O Rio São Francisco alcança nesta terça-feira (18) um recorde negativo em sua vazão para a região Nordeste. Os 610 metros cúbicos por segundo (m³/s) liberados a partir do reservatório de Sobradinho foram reduzidos para média diária de 550 m³/s, de acordo com ato da Agência Nacional de Águas (ANA) publicado no Diário Oficial da União.
A medida tomada em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) provoca a pior vazão desde o início do funcionamento da hidrelétrica situada na Bahia. Inaugurada em 1979, a usina tem o maior lago artificial do mundo, com cerca de 320 km de extensão e capacidade de armazenar 34,1 bilhões de metros cúbicos de água, volume que atualmente está em pouco mais de 10% do que pode suportar, segundo dados da Chesf.
Além de gerar energia elétrica, Sobradinho também é fundamental para a regulação dos recursos hídricos da região. Para justificar a mais recente queda de vazão, a resolução da ANA lista três pontos: agravamento das condições hidrológicas e de armazenamento da bacia do rio São Francisco, produção de energia para o Sistema Nordeste e o resultado de simulações da evolução de armazenamento do reservatório de Sobradinho
O mesmo ato oficial determina a liberação de água a partir de Sobradinho em 550 m³/s até 30 de novembro deste ano, autorizando ainda vazão instantânea (a cada medição) de 523 m³/s. O impacto da redução vai piorar a captação de água para abastecimento humano e outros usos, problema que já uma realidade em Alagoas, seja nas imediações da foz do Velho Chico – onde a salinização da água é crescente – ou nos cânions de Xingó, onde o desequilíbrio ambiental já causou o surgimento de ‘manchas’ de bactérias, causa da interrupção do serviço que vai ficar pior a partir de agora.