Tragédia ônibus escolar: Promotora pede identificação de dono de trator
Viviane Karla solicita detalhamento de ponto importante apontado no processo
A Promotoria de Justiça de São Sebastião devolveu ao delegado Renivaldo Batista o inquérito relativo ao acidente envolvendo dois ônibus escolares. A colisão causou sete mortes, sendo de cinco estudantes e dos motoristas dos veículos que colidiram na AL-110, tragédia ocorrida em 30 de março deste ano que também deixou 45 feridos.
Segundo o Ministério Público Estadual, a promotora de Justiça Viviane Karla entendeu que há inconsistências no resultado das investigações e solicitou novas diligências. Na documentação apresentada, o delegado afirma que o acidente teria sido provocado por possíveis problemas de saúde de um dos motoristas, um senhor de idade.
Entretanto, segundo explicou Viviane Karla, os depoimentos de alguns sobreviventes coloquem em dúvida o entendimento de Renivaldo Batista sobre a causa da tragédia com o transporte de estudantes universitários, serviço nrealizado pelas prefeituras de Junqueiro e Teotônio Vilela.
“Analisando detalhadamente os autos do inquérito, vi que vários passageiros do ônibus de Teotônio Vilela (município) afirmaram que a causa do acidente foi um trator que estava na pista, sem a devida sinalização", explicou a representante do MPE em São Sebastião, município da região Agreste onde ocorreu o acidente. Com base no relatos, a promotora pediu à Polícia Civil informações sobre a quem pertence o trator.
“Os alunos disseram claramente que o ônibus, ao se deparar com o trator, não teria como frear a ponto de evitar a colisão porque o veículo já estava muito próximo. Por isso, o motorista desviou o coletivo para a outra pista, o que teria provocado a colisão frontal com o outro ônibus. Portanto, essa é uma questão que precisa ser analisada pela autoridade policial. Devolvi o inquérito à delegacia para que sejam realizadas novas diligencias e identificado o proprietário do trator. Há indícios de que a máquina pertence a uma empresa que fazia obras de gás canalizado. Preciso de mais informações para que eu possa decidir sobre o que o Ministério Público fará nesse caso”, detalhou Viviane Karla.