Arapiraca

Mais de 50 mil motos transitam diariamente pelas ruas de Arapiraca

Número inclui os veículos ciclomotores de 50 cilindradas (50cc), as famosas cinquentinhas.

Por 7 Segundos Arapiraca com Assessoria 25/10/2017 07h07
Mais de 50 mil motos transitam diariamente pelas ruas de Arapiraca
Mais de 50 mil motos transitam pelas ruas de Arapiraca - Foto: Laís Pita

Aos 93 anos de emancipação política, um dos grandes desafios da cidade de Arapiraca é o transporte sobre duas rodas: a motocicleta.

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a frota de veículos em Alagoas até junho deste ano de 2017 é de 772.225. A capital, Maceió, tem uma frota total de 312.041 veículos e Arapiraca de 96.528.

De acordo com o Denatran a frota de motos da Capital do Agreste é de 51.731, incluindo veículos ciclomotores de 50 cilindradas (50cc), as famosas e temíveis cinquentinhas. Enquanto que Maceió tem uma frota de veículos de duas rodas de 70.921.

Como a própria cidade do interior de Alagoas tem fama de superlativa em relação aos números, a preocupação com a segurança da população, a melhoria da mobilidade urbana e a qualidade da malha viária são fatores que desafiam as autoridades municipais para manter na mesma grandeza proporcional a qualidade de vida da população.

Mas, o transporte sobre duas rodas gera riquezas e aquece a economia local através de concessionárias e oficinas de motos. O setor emprega milhares de famílias e se transforma no sustento de muita gente como o mototáxi Tiago Araújo Silva, de 31 anos.

Ele faz parte dos 670 mototaxistas cadastrados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Arapiraca (SMTT), que circulam pela cidade como transporte público. Há quatro anos ele sustenta a família e a si mesmo com o trabalho sobre duas rodas.

“Foi uma alternativa que apareceu em minha vida, depois que fiquei desempregado e sem saber o que fazer. Hoje além de ficar em um ponto regulamentado pela SMTT tenho meus clientes fiéis, que confiam no meu serviço e no meu trabalho”, orgulha-se Tiago Silva, que trabalha no ponto fixo da Rua15 de Novembro, no Centro de Arapiraca.

Segundo o gerente de Transporte e Fiscalização da SMTT, Ailton Pereira, o órgão municipal regulamentou 60 pontos de mototáxi na cidade.

“Garantimos esses pontos para que os mototaxistas pudessem ter seus locais de trabalho para que a população possa, assim, usufruir desse serviço de transporte público com segurança”, diz o gerente.

Trânsito, acidentes e palestras educativas

Com o aumento da frota não só de motocicletas, o trânsito de Arapiraca ficou superlotado e congestionado como nas metrópoles brasileiras. O problema é visto a olho nu, nas ruas.

De acordo com a Gerência de Engenharia de Tráfego da SMTT (Getra), existem cinco estacionamentos regulamentados para motos na Capital do Agreste. Um desses estacionamentos fica no coração da cidade, na Rua Fernandes Lima.

A imagem revela o que os números das estatísticas dos órgãos competentes de trânsito anunciam sobre a quantidade da frota de motocicletas nas cidades brasileiras.

O titular da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Arapiraca (SMTT), Jodelmir Pereira de Souza, o órgão tem projetos para melhorar a mobilidade urbana da cidade.

“Dentro das ideias que estamos estudando tem a criação de bolsões de estacionamentos no Centro de Arapiraca, entre outros projetos que deverão ser implantados em Arapiraca”, diz ele.

Acidentes com motos

Uma das maiores preocupações das autoridades de trânsito é com o alto índice de acidentes no trânsito, envolvendo veículos de duas rodas.

A Prefeitura de Arapiraca em parceria com a SMTT e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) revela dados de acidentes de trânsito em que houve uma pequena redução nos acidentes de 2015 aos oito primeiros meses de 2017.

Em 2015 foram 1.970 acidentes com moto em Arapiraca. Este ano até agosto foram contabilizados 1.100 acidentes. O ano de 2016 foi o mais preocupante com um total de 2.172 acidentes com motociclistas, representando 72,5% dos acidentes em Arapiraca.

Veja tabela abaixo:

De acordo com o superintendente da SMTT de Arapiraca, Jodelmir Pereira de Souza, o maior desafio é diminuir a estatística de acidentes de trânsito, envolvendo motociclistas.

“O Samu é a base de dados mais confiável que temos com os acidentes que acontecem em Arapiraca, dentro do município, e por isso temos intensificado este ano a fiscalização na cidade”, afirma ele.

Jodelmir de Souza relatou que entre as motos, a maior preocupação é com as cinquentinhas, que circulam sem regulamentação em Alagoas e circulam pelas ruas sem placas e sem nenhuma exigência dos condutores.

“Como não podemos ter o controle desses veículos por não serem ainda regulamentados, circularem sem licenciamento e os condutores sem as condições mínimas de segurança, o índice de acidentes aumenta ainda mais”, diz ele.

Segundo o superintendente da SMTT, nos últimos quatro meses mais de 300 ciclomotores foram apreendidos na cidade como forma de inibir as irregularidades praticadas pelos condutores.

Para fortalecer a educação no trânsito, a Gerência de Educação para o Trânsito da SMTT (GET) tem realizado palestras em empresas e participado de ações educativas de trânsito em datas comemorativas, alertando os condutores da cidade.

Segundo o agente de autoridade de trânsito, educador de trânsito e técnico da GET, Carlos Alberto Peixoto, centenas de funcionários de empresas já assistiram a palestras sobre direção defensiva e trânsito. Em algumas das empresas, o índice de acidentes foi reduzido.

Plano de Segurança

Os integrantes da Gerência de Educação para o Trânsito também trabalham em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/Alagoas) com o Plano de Segurança Viária para Motociclistas (PSVM), lançado em Arapiraca para diminuir os índices de acidentes de trânsito com motocicletas.

Em dois anos de execução com prevenção de acidentes e palestras nas escolas, o plano tem contribuído também para conscientizar os motociclistas sobre a responsabilidade no trânsito. O objetivo principal é reduzir a mortalidade de motociclistas por meio de ações integradas de educação, fiscalização e engenharia de tráfego.

“Já conseguimos atingir quase cem por cento das escolas estaduais. Ano que vem vamos ministrar palestras nas escolas municipais, incluindo as da zona rural e as privadas também”, relata Carlos Alberto Peixoto.

O técnico da GET disse que durante as palestras ele mostra os índices de acidentes de trânsito e a forma correta de conduzir a motocicleta com segurança. Mostra também os equipamentos obrigatórios e para que servem cada um deles.

“Interagimos muito com o público e costumo falar que não fazemos palestras, mas sim um bate-papo onde todos participam, interagem e saem mais conscientes de serem responsáveis por um trânsito seguro”, declara Carlos Alberto.