Suicídio de jovem em Palmeira dos Índios acende alerta sobre depressão
Uma jovem, que se identificava como Milly Biersack, foi encontrada morta em sua casa. De acordo com a família, a vítima cometeu suicídio com um lençol amarado ao pescoço.
A fatalidade aconteceu na madrugada desta quarta (31), no bairro Helenildo Ribeiro, em Palmeira dos Índios. Em seu perfil no Facebook, Milly fazia postagens em alusão ao suicídio (confira em nossa galeria de imagens).
Um integrante da família da vítima disse, em entrevista a uma rádio da cidade, que a jovem tinha depressão e tomava remédios para tratá-la.
Nas redes sociais, muitos amigos de Milly manifestam a tristeza por sua partida e falam sobre o quanto ela era querida. Dentre estes, Adelia Helen, uma das amigas mais próximas, que publicou sua última conversa com a vítima. No texto, as amigas falam sobre a tristeza que Milly carregava (confira em nossa galeria).
Adelia fala sobre as motivações do suicídio:
“Era muito julgada, por ser lésbica, rockeira... A sua depressão, muitos julgavam ser besteira e coisa de quem não tem o que fazer. [Ela] se mutilava para tentar passar a dor. Muitas vezes, presenciei as pessoas a chamando de ‘otária’ quando passava. Era uma garota sentimental, de amor verdadeiro, disposta a ajudar, mas não se deixava ser ajudada”.
Depressão x Suicídio
Essa ajuda, que Adelia fala acima, é um dos passos que salva vidas em casos de suicídio. Num estudo divulgado pelo Ministério da Saúde em 2017, a presença de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) conseguiu reduzir 14% do risco de suicídio.
Outra alternativa é o atendimento pelo número 188 (Centro de Valorização da Vida), que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Há também atendimento por email, chat, Skype e postos presenciais espalhados no Brasil.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é a principal causa de mortes por suicídio no mundo, com cerca de 800 mil casos por ano.
A coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, destaca que a falta de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão importante discutir o tema. “Só sabe o que é depressão quem já passou ou está passando [por isso]. Quem está de fora claro que tem preconceito: é por que não tem o que fazer, é por que é preguiçoso. Então, [o doente] tem mil rótulos”.
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