Fachin nega pedido para evitar prisão de Lula e leva caso a plenário do STF
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin rejeitou nesta sexta-feira (9) o pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que solicitava que o petista não fosse preso após a condenação em segunda instância pelo processo do tríplex no Guarujá (SP). Fachin remeteu o caso para que o plenário do STF discuta o mérito da ação, mas ainda não há data para que isso ocorra.
Entre os argumentos citados por Fachin para indeferir o pedido, está o de que a Corte ainda não deliberou sobre outras duas ações que têm relação indireta com o caso de Lula. Elas questionam um entendimento de 2016 do próprio STF de que a prisão pode ser executada já após a condenação em segunda instância.
Para que essas ações entrem em pauta, é preciso que a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, coloque os temas na ordem do dia das sessões, o que ainda não tem data para ocorrer. O mesmo precisa acontecer com o pedido de habeas corpus de Lula.
Fachin também usou como argumento um entendimento antigo do STF (chamado de "súmula 691"), segundo o qual a Corte não pode discutir um pedido que ainda não foi completamente julgado em uma instância inferior, neste caso, o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Lá, o habeas corpus de Lula foi negado por meio de uma liminar do ministro Humberto Martins, e ainda pode ser contestado dentro do próprio tribunal.
No habeas corpus, a defesa do ex-presidente discorda do entendimento do STF que autoriza a prisão após os recursos de segunda instância, por entender que a questão é inconstitucional.
Para o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, a "rápida" decisão de Fachin dará ao plenário do Supremo a oportunidade de aplicar a Constituição, "especialmente no que se refere à garantia da presunção de inocência até decisão final da qual não caiba mais recurso". Zanin pede que a ação seja pautada por Cármen Lúcia o mais rápido possível.
A defesa reforça ainda que o processo contra o petista "foi marcado por manifestas nulidades e sem ter praticado nenhum crime" e destaca que o TRF-4 determinou a antecipação do cumprimento de pena mesmo sem o pedido do Ministério Público e sem que houvesse motivo para não aguardar o julgamento dos recursos em tribunais superiores.
Na quinta-feira (8), Zanin e outros advogados da defesa de Lula, entre eles o exministro do STF Sepúlveda Pertence, estiveram no gabinete de Fachin para discutir o habeas corpus. Sepúlveda, considerado um dos maiores especialistas em processo penal do Brasil, já disse que não descarta a possibilidade de pedir a anulação do julgamento de Lula em segunda instância.
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