Condenado por infectar mulheres com HIV dizia que 'nunca seria preso'
Leal Filho está preso desde julho de 2017, quando se entregou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após denúncias

Renato Peixoto Leal Filho foi condenado a sete anos de prisão em regime fechado por infectar ao menos duas mulheres com o vírus HIV. Uma outra mulher, que esteve em um relacionamento com ele, afirma estar feliz com a decisão judicial.
"Estou satisfeita com a Justiça, porque ele estava certo de que isso [a condenação à prisão] nunca iria acontecer. É uma pessoa com um ego muito grande, que sempre fez coisas erradas e nunca arcou com as consequências."
Quem diz isso é Rosa (nome alterado para proteção da vítima), que não foi contaminada, mas, assim como as outras mulheres, manteve relações com o acusado sem preservativo e sem saber que ele era portador da doença, noticia o UOL. De acordo com ela, o número total de vítimas não foi confirmado, mas poderia chegar a uma dezena.
Leal Filho está preso desde julho de 2017, quando se entregou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após denúncias. Ele foi condenado em primeira instância e ainda pode recorrer.
Ainda segundo Rosa, em entrevista por telefone ao site, "ele mandava áudios dizendo que nunca seria preso e agora vai sentir que estava fazendo algo errado. Ele vai pagar, apesar de eu achar que continuará fazendo a mesma coisa quando for solto. Ele é uma pessoa ruim, só de ouvir os áudios você percebe".
Ela afirma que poucas mulheres que se relacionaram com Leal Filho concordaram em prestar queixa e expor suas histórias. "A Justiça foi feita em parte, porque não considerou todas as vítimas: muitas não quiseram depor, tiveram vergonha."
Rosa afirma que se relacionou com Renato durante seis meses, e neste tempo, diz que foi escrava sexual e que ele chegou a pegar seu salário. Com medo, fugiu e voltou para casa dos pais. Atualmente ela diz ter superado a história, da qual somente seus amigos mais próximos e familiares têm conhecimento.
Leal Filho começou a ser investigado em 2015, quando uma das vítimas --que não é Rosa-- foi à Polícia Civil denunciá-lo. Na sequência, outra mulher prestou queixa parecida, relatando a mesma prática. Segundo elas, Renato dizia ser empresário e abordava mulheres em redes sociais.
Depois disso, mantinha relações sexuais com elas sem proteção, supostamente sem avisar que era portador do vírus HIV. Em sua sentença, a juíza Regina Esteves de Magalhães argumenta que Renato agiu com dolo (intenção) "ao transmitir a enfermidade incurável", sem informar as mulheres sobre a doença.
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