Paciente morre após atendimento negado; responsáveis estão sendo investigados
O caso ganhou repercussão nacional após denúncias do filho da vítima
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro criou, nesta quinta-feira (2), comissão para intervir no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio, para apurar o que aconteceu no caso da paciente Irene de Jesus Bento, de 54 anos, que morreu na própria unidade, após ter sido rejeitada no atendimento e levada para uma UPA, de onde voltou após piorar. A criação da comissão foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (2).
O objetivo da intervenção é reavaliar todos os protocolos assistenciais e de classificação de risco da unidade para que episódios como o de Irene Bento não se repitam. A secretaria também instaurou uma sindicância para apurar a responsabilidade de todos envolvidos no caso.
O secretário estadual de Saúde, Sérgio D’Abreu Gama, disse em entrevista ao Bom Dia Rio que também está indignado com a situação e pediu celeridade na sindicância para que possa ter uma resposta rápida para a população e para a família da paciente.
“Vamos fazer de tudo para minimizar o sofrimento dessa família. Os protocolos de acolhimento e de classificação de risco não são de acordo com o que foi feito. O paciente é colhido pelo técnico de enfermagem, trazido para a classificação com enfermeira, dando o primeiro atendimento, e o médico classifica o paciente de acordo com a sua gravidade”, explicou o secretário, acrescentando que a comissão de intervenção vai reavaliar todos os protocolos, principalmente os de classificação de emergência do Hospital Getúlio Vargas.
A rede de emergência da Secretaria Estadual Saúde do Rio de Janeiro é formada por hospitais que fazem acolhimento e classificação dos casos classificados como amarelo e vermelho (média e alta complexidades). Os pacientes classificados como azul e verde são encaminhados para Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que funcionam no entorno dos hospitais de emergência.
Outros casos
Outra família afirma que houve negligência no mesmo hospital. Fabiane Lacerda conta que, no sábado (28), o sogro, José Emídio, de 80 anos, levou um tombo em casa e foi levado para o Getúlio Vargas. Ele foi medicado, passou por exames e ficou internado. Ele teve uma fissura no nariz. Na segunda-feira (30), médicos ligaram para a família informando que José Emídio estava de alta.
Quando Fabiane chegou ao hospital, percebeu que José Emídio não falava, não andava e não se alimentava. E, mesmo assim, os médicos disseram que ele tinha de ir para casa. Ele faleceu pouco tempo depois.
“Todas as visitas em que eu buscava saber o que ele teve, qual seria o próximo procedimento, ninguém me informava nada. Na segunda-feira, quando vim visitá-lo, ele não abria os olhos, não falava. Quando cheguei em casa recebi a ligação de que ele estava de alta. Até para colocar ele no carro foi difícil, porque ele estava numa maca”, contou a nora, que nunca conseguiu falar com os médicos. Fabiane relatou ainda que viu médicos e enfermeiros no celular.
Segundo o secretário de Saúde, seria preciso também mexer na formação dos profissionais de saúde, nas faculdades, mas que isso é uma programação de longo prazo. Enquanto isso não é feito, é preciso tomar medidas imediatas como a implementação dos protocolos já existentes.
“Não estamos falando em ensinar a profissão, mas sim os protocolos que devem ser seguidos para que haja um melhor atendimento aos pacientes”, disse o secretário.
Gama disse que todos os contratos da Secretaria Estadual de Saúde estão em dia. Ele lembra que em 2016 o estado teve muita dificuldade financeira, mas que em atualmente não faltam recursos ou material nas unidades.
O secretário fez questão de afirmar ainda que o profissional, quando atende um paciente, tem responsabilidade sobre ele até o fim, até chegar a uma unidade de alta complexidade.
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