Monitoramento mostra que Sertão já enfrenta seca grave

Cerca de 30% dos municípios de Alagoas já estão secos. É o que mostra o atual mapa de monitoramento da cobertura vegetal do Estado, realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
De acordo com a atual imagem de satélite, registrada de 22 a 27 de julho, dos 102 municípios alagoanos, 30 estão afetados por seca grave ou moderada, localizados na mesorregião do Sertão alagoano e alguns no Agreste, na porção semiárida do Estado.
O mapa mostra que as mesorregiões do leste alagoano e boa parte do Agreste continuam verdes, um indicativo de que a cobertura vegetal está saudável, em razão da estação chuvosa que ocorre nessas áreas.
A animação com mapas de monitoramento por satélite, de janeiro a julho de 2018, aponta que nos meses de abril e maio, as chuvas permitiram a recuperação da cobertura vegetal da maioria dos municípios, incluindo o Sertão, área mais seca. Porém, desde junho, quando terminou a estação chuvosa no semiárido brasileiro, a seca se espalhou pelo Sertão e Agreste de Alagoas.
Segundo uma recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic), no período de 2013 a 2016, o Nordeste foi a região do Brasil que apresentou maior proporção de municípios afetados pelas secas (82,6%).
Alagoas foi o 6º estado do Nordeste a registrar maior proporção de municípios atingidos pela seca (77,5%). Mas, apenas um total de 22,5% desses locais possuem um plano de contingência e/ou de prevenção à seca. Esse instrumento de planejamento é importante para planejamento de ações das prefeituras, a fim de minimizar os impactos.
A pesquisa mostra ainda que a maioria dos municípios do Nordeste tem priorizado adotar ações emergenciais para evitar ou reduzir os danos causados pelas secas. Em Alagoas, não é diferente. Uma das ações mais comuns é a distribuição regular de água, através de caminhões-pipa, adotada em 58% dos municípios. Em seguida, está a construção de poços e de cisternas.
Situação de Emergência
Apesar da severidade da atual seca na mesorregião do Sertão e parte do Agreste alagoano, de acordo com o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, não há reconhecimento vigente de situação de emergência nos municípios do Estado. Mas, na última quarta-feira (1º), 38 municípios de Alagoas tiveram a Situação de Emergência, por causa da seca, reconhecida pelo Governo Estadual. Para que esses municípios voltem a receber recursos para conviver com a seca, aguardam a confirmação pelo Governo Federal.
A intensidade do impacto do desastre natural para o município é o que leva os gestores a classificarem o prejuízo gerado para a população e infraestrutura local. O professor Humberto Barbosa explica que são quatro níveis para medir os impactos dos desastres naturais. A Situação de Emergência é o reconhecimento legal, pelo município atingido, de uma situação anormal provocada por desastres, segundo fatores de intensidade e alcance dos danos (humanos, materiais e ambientais) e dos prejuízos (sociais e econômicos). As secas e estiagens são consideradas desastres naturais de nível 3, caracterizando Situação de Emergência.
“Nesse caso, os danos são importantes e os prejuízos vultuosos, mas suportáveis e superáveis pela comunidade afetada. A situação de normalidade pode ser restabelecida desde que os recursos mobilizados no território do município afetado sejam reforçados e suplementados com o apoio de meios estaduais e federais”, destaca Barbosa.
Monitoramento das secas
As secas afetam diretamente a economia, trazendo danos e prejuízos aos seus diversos setores. Segundo um Relatório do Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil (Ceped), no período de 1995-2014, o total de danos materiais e prejuízos públicos e privados causados por desastres naturais, derivados de eventos climáticos no Nordeste, foram estimados em R$ 47 bilhões. Deste total, cerca de 75% estão diretamente vinculados às estiagens e secas, a afetarem frequentemente os municípios da região. O valor inclui os prejuízos privados nos setores da agricultura, pecuária, indústria e serviços.
Os danos e prejuízos estimados para Alagoas, nesse período de dez anos, representam 3,6% do total na região Nordeste. Embora seja um dos estados do Nordeste com os menores números decorrentes de desastres naturais de origem climática, o custo da seca pesapara a economia de Alagoas.
“Realizar o monitoramento da cobertura vegetal nos municípios, a exemplo do que vem sendo feito, diariamente, pelo Lapis, é fundamental para subsidiar o planejamento e a tomada de decisão sobre as melhores ações para convivência e adaptação às secas. Dessa forma, evitam-se maiores prejuízos aos setores públicos, privados e à população”, ressaltou o professor Humberto Barbosa.
Para mais informações sobre o assunto, acesse o artigo “Quanto custam as secas ao Brasil?”.
Veja também
Últimas notícias

Tia Júlia visita obras de reforma e ampliação do CRAS de Palmeira dos Índios
![[Vídeo] Cachorro que inalou fumaça de maconha é resgatado em Marechal Deodoro](https://img.7segundos.com.br/AisMKcz1Xi_jOPPV7EA_SLGehJ8=/100x80/smart/s3.7segundos.com.br/uploads/imagens/cachorro-que-inalou-fumaca-de-droga-soprada-pela-t-00808080-1b6289b7c20d363ad4626da988580e87-7.png)
[Vídeo] Cachorro que inalou fumaça de maconha é resgatado em Marechal Deodoro

Prefeitura de Penedo e Emater, vão injetar mais de R$ 750 mil reais no Programa Fomento Rural

Polícia Civil procura acusada de soprar fumaça de maconha na boca de cachorro

Filha de Flávia Alessandra diz ser hétero, mas admite 'bode de homem'

Prefeita Tia Júlia se reúne com servidores da Educação do setor de Transportes
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
