Governador avalia denunciar Bolsonaro por racismo
Presidente chamou nordestino de "paraíbas"

O governador do Maranhão, Flávio Dino, avalia ir à Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro pelo crime de racismo. Durante o café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira, Bolsonaro criticou Dino e se referiu aos estados da região Nordeste pelo termo "Paraíba", termo considerado pejorativo para se referir a nordestinos fora da região, especialmente no Rio de Janeiro, estado de Bolsonaro.
Bolsonaro disse que, dos governadores do Nordeste, o pior é Flávio Dino. "Dos governadores de 'Paraíba', o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara", afirmou o presidente, dirigindo-se a Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil.
Dino, que é de um partido de oposição a Bolsonaro, o PCdoB, conversou com a coluna sobre o caso.
Como o senhor recebeu a declaração?
Hoje (sexta-feira) ele estava em um dia inspirado. Essa postura sectária dele foi contra diversos setores ao mesmo tempo. Foi contra a Miriam Leitão (Bolsonaro mentiu, afirmando que a jornalista Miriam Leitão inventou ter sido torturada na ditadura militar), os artistas (Bolsonaro ameaçou extinguir a Ancine, caso não haja um filtro cultural nos filmes financiados com dinheiro público), contra quem passa fome (Bolsonaro afirmou que não se passa fome no Brasil) e contra os nordestinos. Ele tem a cada dia piorado.
O senhor fará algo sobre a declaração?
É uma declaração criminosa. Configura um crime, previsto na lei que trata de racismo. Ele não pode falar assim. O presidente da República, ao dizer algo desse tipo, está praticando e incentivando que outros pratiquem o crime de racismo. Se ele não se explicar, vamos tomar providências junto à PGR para apurar a atitude dele.
Seria o crime de racismo?
Não só. Pode configurar trambém o crime de ameaça, ao dar uma determinação a um subordinado dele, o Onyx Lorenzoni, que não dê recursos "a esse cara". Isso configura uma ameaça. Eu já o cobrei no Twitter e estou esperando para ver o que é isso. Realmente é uma coisa grave. É inédito. Mesmo na ditadura, o (presidente João Figueiredo) mantinha uma relação com vários governadores da oposição, como Franco Motoro, Leonel Brizola. O mesmo aconteceu com o Fernando Collor, com o Fernando Henrique. É atípico que ele determine ao ministro que coordena o governo que persiga um governador. Por que isso?
Como o senhor avalia a relação do presidente com o Nordeste?
Ele tomou poucas iniciativas em relação ao Nordeste. Quando ele nos chamou (os governadores do Nordeste), nós fomos. Foi um diálogo respeitoso, de parte à parte. Nós atendemos mostrando que não há nada agressivo da nossa parte, mas ninguém vai abrir mão de suas ideias para que ele fique feliz. Isso é o mínimo da visão democrática. Temos opiniões diferentes, mas exigimos respeito. Não vamos aceitar desrespeito, agressividade, beligerância com o Nordeste. Estamos esperando uma retratação.
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