Política

Bolsonaro sobre piora de indicadores: 'Pergunta para o Guedes'

O presidente decidiu não comentar sobre a piora dos indicadores no primeiro semestre de seu governo

Por Economia ao Minuto 12/08/2019 09h09
Bolsonaro sobre piora de indicadores: 'Pergunta para o Guedes'
'Você acredita em Comissão da Verdade?', questiona Bolsonaro - Foto: Agência Brasil

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) evitou fazer comentários sobre o levantamento publicado pela Folha de S.Paulo neste domingo (11) que mostra uma piora da maioria dos indicadores do país no primeiro semestre de seu governo.

"Pergunta para o Paulo Guedes, pergunta para o Paulo Guedes. Outra pergunta", afirmou Bolsonaro, citando o nome do ministro da Economia e solicitando que os repórteres que o acompanhavam abordassem outro assunto.

A compilação de quase 90 indicadores nacionais, que vão da economia ao meio ambiente, mostra que a maioria deles regrediu nos primeiros seis meses da gestão.

A Folha de S.Paulo analisou 87 estatísticas oficiais e de estudiosos que têm números atualizados até algum ponto do primeiro semestre de 2019 e as cruzou com os dados de 2018. Desse total, 44 pioraram, 15 permaneceram estáveis e 28 apresentaram alguma melhora.

Entre os indicadores que mais apresentam deterioração estão os de educação, saúde e meio ambiente. Os dados oficiais reunidos pelo Ministério da Justiça apontam melhora nos índices de criminalidade. Na economia, há um equilíbrio.

Diante da fala de Bolsonaro, a Folha de S.Paulo encaminhou neste domingo os dados à assessoria do ministro da Economia.

No início da noite, a pasta enviou a seguinte nota: "A equipe econômica tem adotado medidas para o equilíbrio das contas e a retomada sustentável do crescimento econômico". "Várias reformas levam tempo para repercussão na economia real", diz a nota. "Essa mudança estrutural da economia levará o país à retomada do crescimento e à melhora do emprego e da renda das famílias brasileiras", informou o ministério.

Bolsonaro passeou por Brasília na manhã deste domingo. No Lago Paranoá, andou de jet ski. Depois seguiu de moto para uma feira de artesanato, onde foi recebido em meio a um misto de gritos de "mito" e de "fascista".

Antes de subir no jet ski, Bolsonaro disse que tem a "carteirinha de arrais-amador". Embora a habilitação "arrais-amador" dê direito a conduzir embarcações em navegação interior (canais, rios e lagos), ela não é válida para a categoria de moto aquática, como é denominado o jet ski pela Marinha.

Segundo a Marinha, desde 2012, a categoria arrais-amador deve ser complementada com a habilitação "motonauta" caso a pessoa deseje conduzir uma moto aquática. O presidente não informou se tem essa autorização.

Em abril deste ano, Bolsonaro circulou de moto por Guarujá (SP) com o capacete levantado, infração considerada equivalente a andar sem capacete.

Neste domingo, o presidente também andou de moto por Brasília, mas usou o capacete. Visivelmente impaciente em uma das paradas nas quais falou à imprensa, o presidente foi questionado se encontraria os filhos neste domingo de Dia dos Pais. "Não, eu vou encontrar a minha avó", respondeu Bolsonaro. Depois explicou: "A minha avó morreu. Infelizmente já morreu. Mais alguma pergunta?"