Conselho de Ética instaura processos contra Eduardo Bolsonaro
Há três processos que foram apresentados contra o deputado nos últimos 30 dias
Líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP) passará a responder, a partir desta terça-feira (26), a ação no Conselho de Ética da Casa por quebra do decoro parlamentar. Está marcada para esta tarde a instauração dos três processos que foram apresentados contra o deputado nos últimos 30 dias e podem render até a cassação do seu mandato. As representações foram apresentadas pela oposição e pelo próprio PSL por conta da fala de Eduardo sobre o AI-5 e das acusações trocadas com a ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
"Hoje será a audiência de instauração dos processos e sorteio dos relatores. Depois, seguirá trâmite normal cumprindo os prazos estabelecidos no regimento e no Código de Ética", informou ao Congresso em Foco o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), que terá a responsabilidade de escolher os relatores desses processos entre a lista tríplice de deputados que será sorteada na sessão desta terça-feira.
Processos
A primeira representação contra Eduardo Bolsonaro foi protocolada pela Rede Sustentabilidade. O partido acusa o segundo filho do presidente Jair Bolsonaro de ter quebrado o decoro parlamentar e atentado contra a democracia - valor que ele jurou defender ao tomar posse na Câmara dos Deputados. Por isso, pede a cassação do seu mandato. "O deputado Eduardo Bolsonaro fez apologia a um instituto que permitiu o fechamento do Congresso Nacional e a cassação dos direitos políticos e mandatos eletivos. [...] O fato de ser filho do presidente da República deve ser visto como um agravante", argumenta a Rede, que pede uma resposta da Câmara a "este claro ataque à democracia e à independência dos poderes".
O argumento da Rede é semelhante ao segundo processo apresentado em desfavor de Eduardo, de forma conjunta, por Psol, PT e PCdoB. O processo, contudo, ainda diz que essa não foi a primeira vez o deputado sugeriu a volta da ditadura. "Todas essas declarações deixam claro que há em curso um recrudescimento autoritário, com graves consequências para a democracia brasileira, e que coloca em risco a Constituição Federal de 1988 e os valores por ela expressados. Diante dos fatos graves, é dever fundamental dos poderes constituídos, inclusive o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, a tomada das providências cabíveis para punir o Representado pelos referidos atentados contra o Estado Democrático de Direito por ele perpetrados, pelas razões de direito a seguir expostas.