Preço máximo da gasolina bate recorde e atinge R$ 5,85 o litro
Segundo pesquisa da ANP, o maior valor encontrado no país chegou a R$ 5,85 em um posto na Praia dos Jardins, em Angra dos Reis (RJ)

O preço máximo da gasolina atingiu o maior valor da história para o consumidor no Brasil em dezembro. Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) realizada entre os dias 8 e 14 de dezembro, o maior valor encontrado no país chegou a R$ 5,85 em um posto na Praia dos Jardins, em Angra dos Reis (RJ).
No mesmo período, o preço máximo do litro do etanol chegou a R$ 5,47, no Pará, e do diesel, a R$ 4,98, em Minas Gerais.
Em São Paulo, o valor do litro da gasolina voltou a superar os R$ 5 e registrou R$ 5,09 em pelo menos três postos pesquisados pela ANP. Um dos gerentes do posto localizado na Rua Bela Cintra, nos Jardins, zona sul de São Paulo, explicou que o último aumento ocorreu no início do mês. Mas ele não soube dizer se o estabelecimento fará novo reajuste.
Apesar da alta registrada nos valores máximos pagos pelos combustíveis, o preço médio pago pelos motoristas brasileiros pelos litros da gasolina, etanol e diesel na semana passada foram de, respectivamente, R$ 4,52, R$ 3,10 e R$ 3,72.
No acumulado de 2019, a maior alta entre os líquidos foi registrada no preço médio do diesel (+11,9%). Em seguida, aparecem a valorização do etanol (+9,7%) e da gasolina (+4,4%).
Aumento esperado
Os preços são regidos pela política da Petrobras que atrela o valor do mercado internacional e do câmbio. Qualquer alteração no exterior tem impacto imediato nos preços no mercado interno.
"O aumento já era esperado. É um movimento normal de fim de ano por causa do inverno no hemisfério norte, quando eleva o consumo de combustíveis, e deve ficar neste patamar até os próximos meses", afirma a professora e pesquisadora da FGV Energia, Fernanda Delgado.
Ela explica que é normal que todo final de ano tenha aumento do preço do petróleo no mercado internacional por causa da mudança da estação. O brent (valor de referência internacional do barril de petróleo) passou de US$ 60 para US$ 66 no último mês. Além disso, teve uma valorização do dólar nas últimas semanas, que também reflete nos preços.
A expectativa é que os preços diminuam só a partir de março. "O mercado de petróleo está bastante aquecido e há expectativa de aumento de produção e muito investimento. O que significa maior oferta, com perspectiva de queda do preço. Mas tudo depende, principalmente, do jogo geopolítico de Estados Unidos, Rússia e Oriente Médio."
A pesquisadora também cita questões tributárias no Brasil que implicam no preço maior. Os impostos representam 40% do preço da gasolina e quase 50% no diesel. "Enquanto não for discutida a reforma tributária, que desonere a carga em cima do contribuinte, vamos enfrentar esse problema."
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que o preço dos combustíveis está alto no Brasil e disse que a quebra do monopólio da Petrobras é uma das formas de diminuir o valor para o consumidor.
De acordo com Bolsonaro, a equipe econômica tem trabalhado buscando soluções para o barateamento dessa energia, com o estímulo aos investimentos no setor. “Estamos fazendo o possível para baratear o preço do combustível, reconhecemos que está alto no Brasil”, afirmou o presidente da República na terça-feira (17).
“Lá na refinaria o preço está lá embaixo, fica alto [para o consumidor] por causa de impostos estaduais, ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] basicamente, e, depois, o monopólio existe na questão da distribuição e nós estamos buscando quebrar esse monopólio para diminuir o preço. Só com a concorrência ele pode diminuir”, disse o presidente.
A Petrobras possui o monopólio do refino de combustíveis no Brasil e, apesar de não ter o monopólio também da venda e distribuição, é líder nesse mercado.
Liberdade de preços
A ANP afirmou em nota que vigora no país desde janeiro de 2002 o regime de liberdade de preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo.
"Assim, não há qualquer tipo de tabelamento de preços, nem fixação de valores máximos e mínimos ou exigência de autorização oficial prévia para reajustes de preços dos combustíveis em qualquer etapa da comercialização", disse em nota.
Veja também
Últimas notícias

Semana da Caatinga tem início em Delmiro Gouveia com ações de educação ambiental e plantio de mudas

Brota na Grota atende moradores do Vergel do Lago nesta sexta-feira (25)

Último adolescente foragido do sistema socioeducativo é recapturado na Santa Lúcia

Após live na UTI, STF intima Bolsonaro em hospital de Brasília

Anvisa aprova medicamento para retardar avanço do Alzheimer

Defensoria Pública alerta sobre tentativas de golpe de falsos defensores
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
