Padre brasileiro acusado de estupros é excomungado pelo Papa Francisco
Padre Rodrigo Maria teria estuprado ao menos onze freiras
O Papa Francisco excomungou o padre goiano Jean Rogers Rodrigo de Sousa, conhecido como padre Rodrigo Maria. Essa é a punição mais severa que a Igreja Católica pode dar a um clérigo. As informações foram divulgadas pelo Vaticano.
Padre Rodrigo Maria é acusado de estuprar pelo menos 11 ex-freiras e de “lavagem cerebral”. Antes de ser excomungado, o padre brasileiro havia sido transferido para a Diocese de Ciudad del Este, no Paraguai.A expulsão do padre é o desfecho de uma investigação coordenada pela própria Igreja Católica contra o religioso, que já havia deixado rastros de suspeitas pelas dioceses por que passou.
Há um ano, o padre já havia sido suspenso de cerimônias e proibido de usar seu hábito até o fim da investigação. Meses depois, o jornal Folha de S.Paulo conseguiu contato com o religioso, que negou as acusações e disse ser alvo de “calúnia por 11 mulheres”.
“O sacerdote Jean Rogers Rodrigo de Sousa, desta diocese, recebeu do Santo Padre o decreto de perda do estado clerical e a dispensa das obrigações correspondentes”, diz o documento revelado pela Diocese.
A decisão foi tomada em um momento em que o Papa Francisco debate no Vaticano os casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero que têm abalado a Igreja Católica nos últimos meses.
Nas redes sociais, Padre Rodrigo Maria já declarou apoio incondicional ao presidente Jair Bolsonaro, com citações do tipo “uma Ave Maria para livrar o Brasil do comunismo”.
Até mesmo o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, já publicou em suas redes sociais um post indicando o Padre Maria como fonte espiritual e de informação:
Referência do neoconservadorismo brasileiro, Olavo de Carvalho era constantemente exaltado pelo Padre Maria nas redes sociais.
Padre Rodrigo Maria autoproclamava-se um paladino da moral na “luta contra a esquerda e o comunismo”. Segundo o religioso, o ex-presidente Lula tem a “tranquilidade dos pecadores”
Quando surgiram as primeiras denúncias de abusos, Rodrigo Maria se defendeu justificando que “há meninas que se apaixonam” por ele. O padre culpa a “força mais destrutiva do universo, a FMD”. A sigla quer dizer “fúria da mulher desprezada”.