Possível saída de Mandetta da Saúde é rejeitada por 76%, diz pesquisa
Já o desempenho pessoal de Bolsonaro conta com a desaprovação de 58,2% dos entrevistados e com a aprovação de 37,6%
Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15) pela Atlas Político, a possível demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é rejeitada por 76,2% dos entrevistados.
Conforme aponta o Atlas Político, Mandetta, além de ser o ministro mais bem avaliado do governo Jair Bolsonaro, também conta com apoio da população para as medidas de isolamento social: 72,2% apoiam a quarentena durante a crise do coronavírus, com o fechamento de comércios e serviços.
Mandetta tem avaliação positiva de 64% dos entrevistados e de forma negativa por 17%, sendo o maior percentual entre os integrantes do governo.
As últimas semanas foram de tensão entre Bolsonaro e o ministro, em meio às discordâncias sobre as medidas para combater o novo coronavírus. No centro das divergências entre os dois estavam medidas de isolamento social implementadas por governadores e prefeitos – endossadas por Mandetta – e o uso do medicamento hidroxicloroquina no tratamento da doença – defendido enfaticamente por Bolsonaro.
Nos últimos episódios da crise, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o ministro pediu um discurso unificado do governo e disse que o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente. O tom incomodou ministros da ala militar do governo, que viram no gesto um novo confronto com o mandatário e um desprezo aos esforços por acalmar os ânimos.
Segundo a pesquisa do Atlas Político, o desempenho pessoal de Bolsonaro conta com a desaprovação de 58,2% dos entrevistados e com a aprovação de 37,6% – 4,2% não souberam responder.
De acordo com o levantamento, Bolsonaro registra sua pior avaliação desde fevereiro de 2019, com 43% dos entrevistados vendo a gestão como ruim ou péssima. Ela é ótima ou boa para 23% e vista como regular por 30%. Em fevereiro, a avaliação negativa era de 38%, foi para 41% em março até chegar aos 43% atuais.
Sobre o impeachment de Bolsonaro, 46,5% são a favor, 43,7% contra e 9,8% não souberam responder.
A pesquisa foi realizada online com 2 mil pessoas entre domingo e terça-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Medo de pegar a doença e impacto na renda
Ao serem questionados sobre se possuem medo de pegar o coronavírus, 41,9% dos consultados afirmaram que sim, e que, inclusive, temem por suas vidas. Outros 31% também responderam que sim, mas que temem apenas ficar doentes, enquanto 27,1% disseram não ter medo.
Só 13,8%, contudo, não estão com medo de perder algum parente da família para a Covid-19, enquanto 86,2% admitem esse receio.
Os entrevistados ainda responderam que 36,1% perderam o emprego em meio à crise, 51,6% tiveram redução na renda mensal e 36,1% afirmaram que ainda não sentiram nenhum impacto sobre a renda.