[Vídeo] Secretaria manda servidores usarem EPIs além do prazo recomendado
Médicos têm uma máscara para 15 dias, demais profissionais devem usar o mesmo EPI por um mês
Um dia depois de o juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos determinar que a prefeitura de Arapiraca assegure equipamentos de proteção individual (EPIs) a todos os profissionais de saúde, os servidores que atua na Unidade Básica de Saúde Edler Lins, no bairro Zélia Barbosa Rocha receberam máscaras tipo PFF2. Para os médicos, a recomendação é que o equipamento seja utilizado pelo prazo de 15 dias, mas para os demais profissionais da unidade, a determinação da Secretaria Municipal de Saúde é que a mesma máscara seja reutilizada por um mês.
“Os médicos não são os únicos profissionais que lidam diretamente com os pacientes, então não existe motivo para o prazo de utilização das máscaras ser maior para os outros servidores”, afirmou um profissional, que pediu para não ser identificado.
De acordo com os servidores que trabalham na unidade de saúde, parte das máscaras que foram enviadas em quantidade limitada, vieram com defeito de fabricação na haste de metal que serve para encaixar o equipamento no nariz. O defeito impossibilita o uso, como fica demonstrado no vídeo que pode ser assistido abaixo.
Falta de remédios e álcool em gel
As máscaras de proteção não são o único EPI em escassez na UBS, que até a terça-feira estava responsável pelo monitoramento de 56 pacientes com coronavírus no bairro Zélia Barbosa Rocha. Não havia álcool em gel disponível para os agentes de saúde que, em decorrência da pandemia, cumprem parte do expediente na unidade de saúde.
Os pacientes que vão até o posto de saúde se queixando de sintomas de Covid-19 são orientados a procurar atendimento na Unidade Sentinela ou Central de Triagem, mas para os demais pacientes, algumas medicações estão em falta, como remédios para hipertensão, azitromicina e até mesmo dipirona e paracetamol.
A reportagem entrou em contato com o SindAgreste, que junto com o Sindprev e o Sindsar denunciou a escassez de EPIs para os profissionais da linha de frente, que levou o Ministério Público a ajuizar uma ação contra a prefeitura que culminou com a decisão da Justiça de obrigar o município a oferecer os EPIs aos profissionais, conforme a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Estamos aguardando o cumprimento da decisão judicial. Se após o cumprimento da decisão as denúncias continuarem, acionaremos o MP. Não temos conhecimento técnico sobre o prazo de validade dessas máscaras. No entanto, se as máscaras forem as mesmas, entendemos que os prazos serão iguais para todos os servidores da linha de frente”, respondeu o presidente do SindAgreste, Jade de Albuquerque.
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde e o próprio secretário Glifson Magalhães foram procurados pelo 7Segundos para se posicionar sobre a situação. Quando a reportagem receber resposta, a matéria será atualizada.