Ufal é referência na pesquisa sobre hiperplasia mamária em felinos
Pesquisa mostra eficácia da castração para cura da doença e excluindo a necessidade de mastectomia

Um estudo sobre a doença” Hiperplasia Fibroepitelial mamária” do Mestrado em Ciência animal da Ufal é a mais recente referência na área de medicina felina. A pesquisa intitulada Effectiveness of ovariohysterectomy on feline mammary fibroepithelial hyperplasia treatmen”, foi publicada no Journal of Feline Medicine and Surgery e utilizou 79 gatas diagnosticadas com a doença Hiperplasia Fibroepitelial Mamária Felina-HFMF.
Segundo a médica veterinária Evelyne Marques de Melo, este é o maior número amostral que se tem conhecimento até o momento dentre os trabalhos publicados com esta patologia com ênfase no tratamento. “Esta pesquisa é um marco na abordagem clínica e terapêutica da doença por esclarecer a eficácia da cirurgia de ovariohisterectomia (castração) no tratamento, mostrando ausência de mastectomia (remoção das mamas) método terapêutico agressivo que foi muito relatado nas literaturas antigas e ainda é muito utilizado”, conta.
O estudo, contou com a orientação dos professores Fernando Wiecheteck; Diogo Câmara e Márcia Notomi. “Esta doença é mais expressiva no Brasil pela forma de comercialização destes fármacos, o que a pesquisa também deve colaborar para uma mudança de realidade”, explica Evelyne.
Ela também esclarece que a doença tem claramente duas formas clínicas: a forma não complicada e a forma complicada da doença; e essa diferença está relacionada a ação humana na administração inadvertida de medicação hormonal. “A pesquisa também atualiza e colabora com os atendimentos clínicos desenvolvidos pelos médicos veterinários de gatos, onde se permite previsibilidade de riscos a partir da informação do simples ato da administração dos contraceptivos hormonais; o que facilita oferecer um bem-estar às gatas acometidas pelo problema”, conclui.
Sobre a doença
A Hiperplasia Fibroepitelial Mamária Felina-HFMF é muito frequente no Brasil e está muito mais presente nas gatas de pessoas com baixo poder aquisitivo financeiro, que tentam fazer o controle de natalidade de seus animais através do uso de hormônios contraceptivos. A doença se apresenta como um rápido aumento anormal mamário observado em uma ou em todas as mamas da gata.
O aumento mamário pode ocorrer por um distúrbio endógeno das gatas devido a elevada produção do hormônio progesterona, ou pela administração exógena deste mesmo hormônio na sua forma sintética comercializado como método contraceptivo; como agravante de causar a forma mais complicada da doença, onde as gatas se apresentam com aumento mamário rápido, aberrante, alarmante, com rupturas de pele, inflamação, ulceração, necrose e um risco de óbito e culmina em tratamento caros para tutores.
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