Polícia

PF faz megaoperação para desarticular núcleo financeiro de facção

Na ação, são sequestrados mais de R$ 40 milhões em bens do narcotráfico

Por Metrópoles 04/11/2020 09h09 - Atualizado em 04/11/2020 10h10
PF faz megaoperação para desarticular núcleo financeiro de facção
A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (4/11), a Operação Narcobroker - Foto: PF/DIVULGAÇÃO

 A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (4/11), a Operação Narcobroker, com o objetivo de desarticular financeiramente uma organização criminosa especializada no envio de cocaína para a Europa.

Na ação, são sequestrados mais de R$ 40 milhões em bens do narcotráfico, consubstanciados em dezenas de imóveis e veículos de luxo. Somente uma das casas que teve o sequestro determinado pela Justiça Federal, em Curitiba, foi comprada pelo chefe da organização criminosa por aproximadamente R$ 6 milhões.

Cerca de 150 policiais federais cumprem 39 mandados judiciais, sendo nove de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 28 de busca e apreensão no Paraná (Curitiba, Paranaguá, Matinhos, Campo Largo), em São Paulo (São Paulo, Santos, Santo André, Peruíbe, Atibaia) e em Santa Catarina (Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Camboriú e Urubici). Auditores da Receita Federal do Brasil também participam das buscas.

A Justiça Federal, em Curitiba, também determinou o bloqueio de contas de 68 pessoas físicas e jurídicas que, segundo as investigações, tiveram movimentação suspeita de aproximadamente 1 bilhão de reais entre os anos de 2018 a 2020. O montante total dos valores bloqueados ainda não foi contabilizado.

Também na ação desta quarta, foi determinado pela Justiça Federal, o bloqueio de três empresas que eram utilizadas pela organização criminosa para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, as quais passarão a ser administradas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA).

Empresas fantasmas


As investigações da PF foram iniciadas em 2019 e apontam que os integrantes da organização criminosa utilizavam empresas fantasmas e de fachada para comprar mercadorias de origem orgânica, visando dificultar a atuação dos órgãos de fiscalização e segurança. Tais mercadorias eram acondicionadas em contêineres que também ocultavam centenas de quilos de cocaína que eram enviados à Europa.

Foram apreendidas, anteriormente, mais de 13 toneladas de erva mate, ativo biológico que será alienado antecipadamente, conforme autorizado judicialmente.

Durante a investigação, também foram apreendidos 240kg de cocaína no Porto de Paranaguá.

Além disso, a Justiça Federal expediu mandado de prisão preventiva em desfavor de um brasileiro que se passava por empresário na Espanha, mas, na realidade, tratava-se de um suspeito entre as organizações criminosas brasileiras e europeias; e que recebia a droga que vinha escondida em meio à carga lícita que era enviada.

Narcobroker


A denominação da investigação provém da junção de dois termos comumente utilizados em investigações de tráfico internacional de drogas: o termo em inglês “broker” (corretor, negociador) e “narco”, que em tradução livre para o espanhol significa traficante.