Fóssil de aranha que homenageia Pabllo Vittar deixa o Brasil, e MPF apura se houve tráfico
Fóssil foi encontrado no sítio paleontológico do Crato. Hoje ele se encontra em Kansas, nos Estados Unidos
A saída para os Estados Unidos do fóssil de uma aranha batizada em homenagem à cantora brasileira Pabllo Vittar é alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF). O fóssil da Cretapalpus vittari foi encontrado no sítio paleontológico do Crato, na Região do Cariri do Ceará, e a espécie viveu há cerca de 122 milhões de anos.
Segundo o MPF, o fóssil foi doado para pesquisadores há alguns anos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPN), que funcionava na cidade do Crato. A pedido da Universidade Regional do Cariri (Urca), o MPF apura como o material foi parar nos Estados Unidos. Conforme o órgão, o fóssil não poderia sair do Brasil e pode ter sido deixado o país por meio de tráfico.
Em abril deste ano, reportagem do G1 mostrou que o tráfico de fósseis da região Cariri abastece um esquema ilegal milionário. As peças chegam a ser vendidas por 150 mil dólares nos Estados Unidos e Europa.
Ainda de acordo com o MPF, o fóssil só poderia ter saído do país e ido para o exterior por intermédio de uma instituição técnica cientifica e que um brasileiro participasse da pesquisa e em seguida, no fim dos estudos, retornar para o Ceará.
O MPF solicitou informações à Agência Nacional de Mineração (ANM) sobre a doação do material e a agência tem dez dias para responder e comprovar que a doação do fóssil para os pesquisadores foi legal.
O fóssil hoje se encontra no departamento de geologia da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos. Os responsáveis por batizar o fóssil foram os especialistas em aranhas Matthew Dowmen e Paul Selden, que decidiram homenagear Pabllo Vittar.