Cringe: entenda o termo e saiba como ele virou polêmica nas redes sociais
Palavra virou centro de 'guerra geracional' e expõe diferenças entre millennials e geração Z
Se até esta quarta-feira (23) você não se deparou com uma discussão na internet sobre o que é cringe, ou não faz ideia do que essa palavra significa para jovenzinhos na rede, talvez o cringe seja você.
É brincadeira, mas serve para mostrar por que a palavra viralizou nesses últimos dias. Cringe, para os integrantes da geração Z, é um adjetivo usado para classificar pessoas que fazem coisas fora de moda, ultrapassadas, cafonas mesmo. Eles também costumam classificar atitudes ou objetos. Nesse caso, ela é usada como sinônimo de vergonha alheia.
Munida dessa palavra, parte da geração Z, formada por jovens nascidos entre o final dos anos 1990 e os anos 2010, passou a classificar os millennials, nascidos entre 1980 e 1996, como cafonas e antiquados: super cringe.
E enumerou vários hábitos millennials que dão muita vergonha alheia para os novinhos: tomar café da manhã, tomar café no geral, falar litrão ou boleto, usar calça skinny, não superar o amor por Harry Potter ou filmes da Disney; partir o cabelo de lado, usar sapatilha de bico redondo… a lista é extensa.
A crítica bastou para acender uma guerra geracional, com pessoas defendendo os colegas e criticando os gostos alheios.
No Instagram, a hashtag #cringe já tem mais de 23 milhões de publicações. No Tiktok, vídeos com a mesma hashtag já ultrapassaram 10,5 bilhões de visualizações. E no Google, a busca pelo termo aumentou 70% nesta última semana.
A disputa gerou até um vídeo de humor sobre uma das grandes constatações dessa briga: os millennials não são mais jovens.
Mas de onde veio o cringe?
A palavra inglesa é, na verdade, um verbo. E tem dois significados, segundo o dicionário de Cambridge:
-sentir-se muito envergonhado ou constrangido;
-encolher-se ou recuar com medo de alguém ou algo que pareça poderoso e perigoso.
Como a treta começou?
Ninguém sabe, ao certo, como tudo isso realmente começou. A palavra já vinha sendo utilizada há um tempinho, ainda discretamente.
Mas o assunto estourou de vez após um tuíte de Carol Rocha, publicitária e apresentadora de podcast, pedindo para a geração Z listar os hábitos que achava cringe nos millennials.
Foi aí que eles se sentiram à vontade para criticar uma série de comportamentos, roupas, séries, filmes, livros e costumes. Além dos já citados, tem também: rir com emoji ou rs, gostar de "Friends" ou "A Usurpadora" e ser saudosista.
Os millennials resolveram rebater. Na lista de mico dos novinhos, eles colocaram: dancinhas do TikTok, usar fancam (vídeos com melhores momentos dos ídolos) para fazer postagens nas redes sociais, usar emojis como ironia e cabelo partido no meio.