Distribuição de camisinhas em blocos carnavalescos facilita prevenção e minimiza transmissão de ISTs
A curtição dos blocos e festas de Carnaval podem deixar sequelas para o resto da vida
Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. O número, entretanto, pode ser ainda maior, já que a estimativa é de que 108 mil brasileiros não sabem que vivem com o vírus.
O Carnaval intensifica as ações de prevenção ao HIV e a demais infecções sexualmente transmissíveis (STs), como sífilis, gonorreia, clamídias e hepatites. Especialistas apontam alta nos casos após o período carnavalesco, devido ao alto consumo de álcool, o que pode levar a relações sexuais desprotegidas.
Com o objetivo de ampliar as ações de prevenção, prefeituras e estados costumam distribuir preservativos.
De acordo com o médico infectologista Werciley Júnior, o número de ocorrências de ISTs nos hospitais pode aumentar até cinco vezes nesta época do ano.
"Há uma popularização principalmente de sífilis. Os números vêm crescendo entre os jovens. É uma doença de transmissão fácil, e as pessoas só procuram atendimento médico quando têm sintomas, muito tarde, depois de infectar outros sem saber", afirma o médico.
Em Arapiraca, por exemplo, durante as prévias carnavalescas, a Secretaria Municipal de Saúde colocou na rua o Bloco Tô Seguro, levando conscientização para o Folia de Rua.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 59% dos brasileiros não utilizam preservativo em nenhuma relação sexual. Dentre os entrevistados, 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações e 17,1% afirmaram usar às vezes.
Ainda segundo a mesma pesquisa, aproximadamente um milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de infecções sexualmente transmissíveis (IST), que são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, sendo transmitidas, principalmente, por meio de relações sexuais, sejam elas oral, vaginal ou anal, sem o uso do preservativo, caso um dos parceiros esteja infectado.
FIZ SEXO SEM PROTEÇÃO. E AGORA?!
A curtição dos blocos e festas de Carnaval podem deixar sequelas para o resto da vida. Na hora do clima, muita gente ainda se "esquece" de usar camisinha. O que, muitas vezes, pode parecer inofensivo, aumenta o risco de contrair uma IST, além do perigo de ocorrer uma gravidez não planejada.
Caso tenha feito sexo sem proteção, é importante agir rapidamente para reduzir os riscos dessas infecções e a gravidez não desejada.
Pílula do dia seguinte - Com a preocupação da possibilidade de gravidez, a pessoa pode tomar a pílula do dia seguinte, disponível de forma fácil em farmácias e drogarias. O medicamento é uma forma de contracepção de emergência que pode impedir a ovulação ou fertilização, mas só é eficaz se tomada em um curto período após o sexo, no máximo em 72 horas. É importante lembrar que a pílula do dia seguinte não protege contra ISTs.
Para se proteger das infeções, também existem os tratamentos precoces, mas é preciso iniciá-lo logo após a exposição.
A Profilaxia Pós Exposição, popularmente conhecida como PEP, é um tratamento que envolve o uso de medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção pelo HIV após uma exposição a riscos, como sexo desprotegido ou compartilhamento de agulhas. Existe, ainda, a profilaxia específica para o vírus da Hepatite B e outras ISts.
É importante não se desesperar. Existem medidas de prevenção que podem ser adotadas após uma relação desprotegida. O tratamento de emergência deve ser iniciado o mais rápido possível após a exposição, idealmente dentro de duas horas e, no máximo, 72 horas após o sexo desprotegido.
Em Alagoas, infelizmente a PEP só está disponível para esses casos no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), localizado no Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, no Trapiche da Barra, em Maceió. Em Arapiraca, a medicação só é disponibilizada no Hospital de Emergência do Agreste, mas exclusiva para vítimas de violência sexual.