Endividamento e inadimplência do consumidor sofrem leve redução em Maceió
A pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de Maceió aponta que houve uma discreta redução do número de endividados, entre julho e junho deste ano, de 1,17%.
Em relação à inadimplência, a pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou uma redução de 14%, ou seja, de 66.831 para 57.479.
O resultado do levantamento pode ser consequência do pagamento residual do FGTS inativo e da primeira parcela do 13º salário. O consumidor optou por quitar dívidas e reduzir a inadimplência familiar.
Em 12 meses, o endividamento é 18,21% superior a julho de 2016 e a inadimplência 7,4% acima. A redução do rendimento médio real e o desemprego são as principais explicações para isso.
No médio prazo, o aumento da tributação do PIS-Cofins e o anúncio do aumento da conta de luz poderão comprometer as possibilidades de pagamento dos consumidores.
Do universo de 209.888 endividados, isto é, 70,4% da população economicamente ativa, 22,7% estão muito endividados, seja pelo uso de cartões, crediário, cheques, empréstimos ou qualquer outro instrumento financeiro. E 29,2% se consideram numa faixa intermediária.
Apenas o percentual de 18,5% da população se classifica como pouco endividada. Ainda há uma faixa da população economicamente ativa que não possui nenhum tipo de conta, 29,6%.
O principal motivo de endividamento continua sendo o cartão de crédito para 79,7% dos endividados. O crediário, que desde abril apresentava maior demanda, cedeu. Agora representa 11% (queda de 1,4 p.p.).
Para finalizar, o crédito pessoal agora é de 6,6% das motivações (alta de 2,3 p.p.). Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, o aumento da procura em relação ao empréstimo pessoal pode significar que os consumidores desejam quitar as dívidas como uma forma inteligente de reduzir juros e o valor das parcelas.
Dentre os 57 mil inadimplentes, a pesquisa indica que apenas 5,1% conseguirá pagar suas dívidas totalmente. Já 34,3% apontaram que pagará suas contas atrasadas de forma parcial. A pesquisa revela que 56,8% não terão condições de efetuar o pagamento. Quanto aos dias de atraso para realizar os pagamentos é em média é de 69 dias.
“Os endividados permanecem nessa situação, em média, 6,6 meses. Comprometendo, em média, 29,2% da sua renda”, comentou Felippe.
Os dados da pesquisa foram coletados nos últimos 10 dias de junho na capital alagoana. Foram entrevistados 500 consumidores em diversos pontos de comércio de Maceió.