O perigo da carambola: substância tóxica pode causar insuficiência renal e levar à morte
Nutricionista faz alerta a pacientes com disfunção renal
Originária da Índia e introduzida no Brasil em 1817, a carambola é excelente para a saúde humana. Rica em minerais, vitaminas e antioxidantes, a fruta possui papel importante no combate a diversas enfermidades. Por outro lado, ingerida em grande quantidade pode causar danos à saúde, principalmente em pacientes com problemas renais.
Em entrevista ao 7Segundos, a nutricionista Graciella Tenório relata que o consumo regular da carambola traz benefícios contra muitas enfermidades. “A carambola contém baixo teor energético, apenas 31 calorias em 100 gramas da fruta, é rica em sais minerais como o cálcio, fósforo e ferro. Também é fonte de vitamina A, vitaminas do complexo B, vitamina C e contém diversos antioxidantes. Devido a toda riqueza de nutrientes, a carambola ajuda no processo da digestão, pode retardar o envelhecimento, possui efeitos anti-inflamatório e atua no sistema imunológico, protegendo contra gripes e resfriados”, conta.

Por outro lado, a nutricionista faz um alerta aos malefícios da fruta. “A carambola possui uma neurotoxina capaz de provocar alterações neurológicas em pacientes com doença renal crônica, envolvendo alterações como soluços e confusão mental, podendo evoluir para quadros mais graves, como convulsões e até levar à morte. Pessoas sadias devem ter cautela quanto ao seu consumo, mas está terminantemente proibido o consumo da carambola em indivíduos com problemas renais”, explica.
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia mostram que 70% dos pacientes que fazem diálise — processo de filtração do sangue utilizado para eliminar o excesso de líquidos e as substâncias tóxicas — descobrem a doença tardiamente. Por isso, especialistas recomendam evitar o consumo da fruta.
Afinal, que substância é essa?
O primeiro relato no Brasil sobre os efeitos tóxicos da carambola foi registrado em 1992. Na ocasião, o nefrologista Miguel Moysés, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), em São Paulo, constatou a morte por intoxicação de pacientes com problemas renais, após ingestão da carambola.
Decididos a estudar a relação entre o consumo da fruta e a intoxicação em pacientes com insuficiência renal, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram isolar e caracterizar a toxina presente na carambola para entender como ela age no organismo. Os autores batizaram a molécula de caramboxina.
“Em pessoas sadias, a caramboxina é absorvida, filtrada nos rins e eliminada através da urina. Em pacientes renais isso não ocorre, pois essa neurotoxina não é devidamente excretada, ocorrendo elevação de seus níveis séricos, o que permite sua passagem pela barreira hematoencefálica e consequente ação sobre o sistema nervoso central”, explica a nutricionista.
Me intoxiquei, e agora?
Em caso de intoxicação, é necessário procurar o serviço de emergência mais próximo. “O diagnóstico de intoxicação pela caramboxina é fácil em pacientes com doença renal crônica, porém, em pessoas sadias, isso fica mais difícil. A maioria dos médicos pensa primeiramente em AVC ou em outros tipos de intoxicação. Cabe ao paciente ou à família relatar se houve consumo da fruta. A hemodiálise é o único tratamento efetivo em casos de intoxicação por carambola”, finaliza Graciella.
Serviço:
Graciella Tenório
Pós-graduada em Nutrição e Suplementação Esportiva (Enaf-MG)
Mestranda em Nutrição Humana (Ufal)
Consultório: Harmony Trade Center. Rua Dr. José Afonso de Melo, 118, sala 827, Jatiúca, Maceió/AL
Telefone: (82) 99187-3244
Instagram: @gracitenorionutri
Facebook: gracitenorionutri
Site: dietbox.me/gracitenorionutri.
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