Biólogo da Ufal vence prêmio internacional com projeto para a Amazônia
João Campos Silva é um dos vencedores do Prêmio Rolex de Empreendedorismo com plano de preservação do pirarucu

Um neurocientista francês que desenvolveu um sistema eletrônico para levar sinais do cérebro para a espinha dorsal e ajudar pacientes paraplégicos a voltar a andar.
Um especialista em TI de Uganda que criou um aparelho que diagnostica a malária em menos de dois minutos sem necessidade de tirar sangue – o diagnóstico rápido é fundamental para o combate a essa doença que mata 500 mil pessoas por ano.
Uma bióloga molecular canadense que usa bactérias para dissolver o plástico jogado nos mares que hoje não é reciclável.
Uma conservacionista indiana que estabeleceu um canal de ligação direta entre comunidades que moram perto de parques habitados por animais selvagens como tigres e elefantes para proteção e pedidos de indenização em caso de danos às propriedades rurais.
E, finalmente, um biólogo brasileiro que luta pela preservação do pirarucu na Amazônia – com até três metros de comprimento e 200 quilos, este peixe é fundamental para a preservação do ecossistema local e como meio de subsistência para as 60 comunidades que moram à beira do rio.
Essas são as cinco iniciativas que venceram esta edição do Rolex Awards for Enterprise, o Prêmio Rolex de Empreendedorismo. A cada dois anos, centenas de projetos novos ou em andamento – e que, portanto, precisam de financiamento – são avaliados por um júri formado por especialistas em cada área.
Os projetos têm foco em áreas como ambiente, tecnologia aplicada, ciência, saúde, exploração e patrimônio cultural. Na etapa final, dez projetos são selecionados para a etapa final, e cinco são laureados. Os vencedores levam um cheque de 200.000 dólares (equivalentes a 770.000 reais) para o desenvolvimento do projeto e um relógio Rolex.
“O dinheiro é importante, claro, mas não é o principal”, disse a Exame VIP o biólogo João Campos Silva, o único brasileiro entre os cinco premiados deste ano. “O mais legal de chegar entre os finalistas é o reconhecimento internacional, já que o júri é composto de cientistas renomados, e a possibilidade de conseguirmos novos financiamentos.”
A cerimônia deste ano aconteceu em Washington, nos Estados Unidos, e os vencedores foram anunciados na amanhã da sexta-feira (14). Seu projeto é centrado no manejo sustentável do pirarucu. Pelo porte, este peixe está no topo da cadeira alimentar e é em grande parte responsável pelo equilíbrio do ecossistema de boa parte dos rios da Amazônia.
A manutenção do pirarucu é importante por outro motivo: trata-se da base da economia de centenas de comunidades espalhadas pela Amazônia. Somente à beira dos dois quilômetros do rio Juruá, onde João e sua equipe da ONG Instituto Juruá atuam, são 60 comunidades, ou cerca de 1200 pessoas.
“Existe também todo um trabalho social”, conta João. “Nessas comunidades, a renda gerada pelo pirarucu é compartilhada. Em muitos casos, é a primeira vez que as mulheres têm acesso a um rendimento e possui poder de compra, sem depender do marido. É uma barreira social que estamos quebrando.”
A perspectiva é ainda mais animadora. “Estamos começando a fazer um trabalho de levar a carne do pirarucu para outros centros urbanos e mesmo para o exterior. A pele também é matéria prima para fazer bolsas e sapatos, e isso ainda não está sendo explorado.”
O Prêmio Rolex de Empreendedorismo foi realizado pela primeira vez em 1976. De lá para cá, 145 projetos foram premiados. Ester ano, pela primeira vez, o publico também pôde votar, juntamente com o júri, em um formulário online. Este ano, o pós-doutorando da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) concorreu com 957 candidatos de 111 países.
João é vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICBS) da Ufal e integra a equipe da Pesquisa Ecológica de Longa Duração na Área de Proteção Ambiental (APA) da Costa dos Corais. Em 2018, ele recebeu, em Brasília, o Prêmio Jovem Cientista, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na categoria Mestre e Doutor, por sua pesquisa sobre um modelo de manejo do Pirarucu da Amazônia.
Natural de Piedade (SP), o pesquisador mantém residência em Maceió e atua como professor colaborador no ICBS na área de Ecologia e Conservação.
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