20ª Feira da Reforma Agrária do MST recebe apoio do Iteral
Evento busca fortalecer a comercialização de produtos agrícolas livres de agrotóxicos e a reforma agrária
“Se o campo não planta a cidade não janta!” esse é o jargão propagado por vários agricultores familiares nas mobilizações e feiras agrárias organizadas pelos movimentos sociais do campo. Há duas décadas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promove a Feira da Reforma Agrária em Maceió e a atividade conta com o apoio do Governo de Alagoas por meio do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).
A vigésima edição iniciou na quarta-feira (05) e segue até este sábado (07), feriado da Independência do Brasil, na praça da Faculdade localizada no bairro do Prado em Maceió. Na solenidade de abertura, esteve presente o diretor presidente do Iteral, Jaime Silva; além de lideranças das organizações do campo (CPT, MLST e Via do Trabalho), sindicatos e a União Nacional dos Estudantes (Une).
“O Governo do Estado tem feito a sua parte para garantir o fortalecimento da agricultura familiar, vem incentivando, estimulando e acima de tudo dando condições ao Iteral de viabilizar a produção do nosso estado através das feiras dos movimentos sociais e as do crédito fundiário. O Iteral é um grande parceiro e defende os interesses dos agricultores e da reforma agrária, e eu fico extremamente feliz em ver a organização e a grande diversidade agrícola”, enalteceu Jaime Silva, diretor presidente do Iteral.
O MST foi fundado no Brasil em 1984 e após cinco anos estabeleceu-se no Estado de Alagoas; e a feira tem como objetivo estreitar o diálogo com a sociedade, para destacar a importância da reforma agrária e garantir o escoamento da produção. No local, foram montadas 180 barracas e possui aproximadamente 200 feirantes da zona da mata, litoral e sertão alagoano.
De acordo com Margarida da Silva, da direção nacional do MST, “a Feira é uma representação da fartura do campo alagoano e o resultado das lutas de homens e mulheres por vida digna. Esse ano já estamos superando nossas expectativas. São mais de 80 variedades de produtos, vindos de cerca de 45 assentamentos e acampamentos envolvidos na realização da nossa Feira”, destacou.
Também foram instalados espaços alternativos como: uma tenda memorial sobre a história e organização do evento; a loja Armazém do Campo; a barraca com a comercialização de livros e revistas da Editora Expressão Popular; e a tenda da saúde. Uma das novidades são as realizações das conferências, com debates em torno da produção de alimentação saudável, reflexão sobre o uso abusivo de agrotóxicos e a luta pela soberania nacional e popular.
O Festival da Cultura Popular é outro atrativo do evento, que possui apresentações artísticas diversificadas em todos os dias a partir das 14h no palco que homenageia a indígena Raquel Xukuru-Kariri, e a partir das 18h, são os shows gratuitos no palco da Praça Central.