Laboratório da Ufal detecta imagem que pode explicar origem de óleo no NE
Humberto Barbosa, do Lapis, identificou ontem um enorme vazamento de óleo na costa do Nordeste

O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) detectou na segunda-feira (28), a partir de satélites, um padrão característico de manchas de óleo no oceano que pode explicar a origem da poluição no Litoral do Nordeste. O Laboratório é vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Após três semanas de processamento de imagens do satélite Sentinel-1A, o pesquisador Humberto Barbosa, do Lapis, identificou ontem um enorme vazamento de óleo, em formato meia lua, com 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma distância de 54 km da Costa do Nordeste.
O local fica no Sul da Bahia, nas proximidades dos municípios de Itamaraju e Prado.
A imagem a seguir é do Sentinel SAR (Radar de Abertura Sintética), do dia 28 de outubro de 2019, às 12 horas (horário de Brasília), processada pelo Lapis, utilizando dados do satélite Sentinel-1A, da Agência Espacial Europeia (ESA).
“Ontem tivemos um grande impacto, pois pela primeira vez, encontramos um assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal”, alerta Barbosa.
Toda aquela região sedimentar, observada pelo pesquisador, está nas proximidades de áreas de exploração de petróleo, conforme mapeamento abaixo, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O pesquisador já havia encontrado, em datas retroativas dos últimos sessenta dias, manchas menores de óleo no mar, a partir de imagens de satélite. Todavia, como as imagens anteriores mostravam o piche já fragmentado, não havia como identificar o padrão de vazamento.
Assim, somente ontem, o pesquisador encontrou uma imagem mais completa que permitiu uma maior precisão sobre o padrão característico do vazamento. A detecção foi complementada com o levantamento de informações sísmicas e de outras variáveis do local.
As imagens foram observadas retroativamente, desde o mês de maio, processando esses dados por faixas, a partir de uma grande quantidade de dados de toda a Costa do Nordeste brasileiro, chegando até o Espírito Santo.
O pesquisador complementou que isso ocorre porque o satélite registra as imagens com um intervalo de seis dias. Com isso, as faixas analisadas não são contínuas, podendo haver também sobreposição, com datas diferentes. "Foi um trabalho exaustivo e desafiante, tendo que esperar seis dias para que o satélite voltasse a mesma área onde começou", relata Barbosa.
Na manhã desta terça-feira, dia 29, o Laboratório comunicou à Comissão do Senado, responsável pelo acompanhamento da poluição por óleo no Nordeste, a detecção realizada ontem a partir de imagens de satélites. Essas informações contribuirão nas investigações sobre o incidente.
Veja também
Últimas notícias

Estados, incluindo Alagoas, aumentam ICMS de importação a partir de 1º de abril

Homens atentam contra passageiro e mototaxista morre por engano em São Miguel dos Campos

Grave acidente envolvendo lancha deixa homem e criança feridos na praia do Gunga

Quatro armas e 130kg de drogas são apreendidas durante operação nacional de combate ao crime

Prisão é o fim da minha vida, estou com 70 anos, diz Bolsonaro

Sequestrador de Ingrid Vitória morre após reagir a abordagem policial
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
