Desmatamento se mantém durante pandemia; extração de madeira aumenta
Pesquisadores e ambientalistas temiam uma explosão dos alertas de desmatamento durante a pandemia, já que a contenção do contágio e o afastamento de fiscais

Com 1.204 km2 de áreas desmatadas, o primeiro trimestre de 2020 apresentou uma queda de 5,4% nos alertas de desmatamento em relação ao mesmo período de 2019, que somava 1.273 km2, conforme o sistema Deter de monitoramento por satélite, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Pesquisadores e ambientalistas temiam uma explosão dos alertas de desmatamento durante a pandemia, já que a contenção do contágio e o afastamento de fiscais no grupo de risco teriam diminuído as operações de fiscalização.
No entanto, o registro dos alertas do Deter/Inpe não confirma uma tendência de explosão, apesar de indicar um número mais alto em março: 357,9 km2. A área agregada pelo Deter em fevereiro era de 278 km2. Em março de 2019, no entanto, a área flagrada com desmatamento chegava a 820,9 km2.
O que aumentou em 2020 foi a participação da exploração de madeira entre os vetores do desmatamento: ela é responsável por 20,4% do desmatamento neste ano.
O corte seletivo de espécies, que marca a exploração madeireira, foi responsável por 246,8 km2 do total do desmatamento observado na região neste primeiro trimestre.O número é 133% maior do que o mesmo período de 2019, quando o corte seletivo abrangia 106 km2, representando apenas 8,3% do total de desmatamento para o primeiro trimestre daquele ano.
Neste ano, a participação de 20,4% do corte seletivo no total de desmatamento do trimestre só perde para o desmatamento com solo exposto, que compõe 63% do total do trimestre, com 761,4 km2 de área desmatada.
Desde 2015 o corte seletivo não aparecia entre os três principais vetores de desmatamento - causado principalmente por queimadas, incêndios e por desmatamento com o solo exposto, ligado à grilagem de terras.
O aumento da participação da exploração madeireira entre os vetores de desmatamento acontece após uma série de decisões do governo federal sobre a atividade.Desde novembro, a fiscalização do Ibama passou a enfrentar dificuldades para exigir a documentação que comprova a origem legal da madeira retirada da Amazônia, após uma decisão emitida pelo presidente do órgão, Eduardo Fortunato Bim, de que o comprador não poderia ser responsabilizado por documentação fraudulenta da origem da madeira.
Em outra decisão, também foi anulada uma regra que exigia a autorização do Ibama para a exportação de madeira. Na última semana, uma reportagem da Reuters revelou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, demitiu um analista que era contrário à anulação.
A reportagem procurou as assessorias de imprensa do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente, que não retornaram até a conclusão deste texto.
Veja também
Últimas notícias

Após resultado, Neto Bomfim comemora vitória com apoiadores na sede da UVEAL em Maceió

Homem é morto a tiros enquanto atendia cliente em barbearia em São Miguel dos Campos

Helicóptero cai durante buscas por jovem desaparecida em Pernambuco

Alexandre de Moraes autoriza prisão domiciliar para mulher que pichou estátua da Justiça no 8 de janeiro

Performance apresentada no Drag Dinner Alagoas passa de um milhão de visualizações nas redes sociais

Presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos é eleito diretor regional do Nordeste
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
