Educador social recebe premiação por projeto de capoeira realizado com idosas
Prêmio Mestra Virginia é um Reconhecimento Artístico-Cultural dos Mestres, Mestras e Personalidades

O educador social da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), Ivanildo Antônio, mas conhecido como mestre Besourão, foi contemplado com o Prêmio Mestra Virgínia – Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).
O Prêmio Mestra Virginia é um Reconhecimento Artístico-Cultural dos Mestres, Mestras e Personalidades, cuja atividade e trajetória de vida tenham contribuído de maneira fundamental tanto para a salvaguarda da memória e do patrimônio da cultura popular quanto para a fruição artístico-cultural. Nesta categoria, a premiação foi destinada a 105 personalidades da sociedade civil com o intuito de reconhecer esses mestres da cultura local, através da Lei Aldir Blanc. A premiação foi de R$ 6 mil.
Mestre Besourão foi premiado pelo trabalho realizado com o grupo de idosas do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Pitanguinha com a capoeira inclusiva do projeto Vem que Tem Balanço, e falou da importância dessa premiação.
“São 33 anos de capoeira, ensinando há 26 anos a arte da capoeira como inclusão social. Nesses últimos anos, fiquei encantado com o público idoso, pelo qual estou dedicando meu trabalho atualmente. É gratificante receber esse prêmio, veio numa boa hora, nesse momento difícil de pandemia. É muito bom poder se dedicar a um trabalho, acreditar num sonho e ter esse reconhecimento da sociedade, e o principal, tive o prazer de receber esse prêmio e outros com a participação das minhas idosas, capoeiristas formosas como as chamamos aqui no Cras”, destacou.
O secretário de Assistência Social, Henrique Alves Pinto, parabenizou o educador social pela premiação. “Nós que fazemos a Semas, ficamos muito felizes em ver o reconhecimento do trabalho de um dos nossos profissionais. Mostra a qualidade do trabalho que ele e a equipe do Cras Pitaguinha desenvolvem com os nossos idosos e o compromisso em oferecer o melhor para o usuário, que é o grande pilar da gestão”, disse o secretário.
Graduado em Educação Física Escolar, Besourão desenvolve um trabalho com crianças, adolescentes, pessoas em situação de vulnerabilidade e idosas assistidas pela Semas desde 2006. Começou no Cras Área Lagunar, depois foi para o Centro Pop e agora atua no Cras Pitanguinha. “Em 2015, comecei um trabalho com idosos do Cras Área lagunar com aulas de capoeira Maculelê e hidrocapoeira. Em 2017, iniciei o projeto de capoeira ‘Vem que Tem Balanço’ com a população em situação de rua atendida pelo Centro Pop, e em 2018 esse mesmo projeto foi iniciado com idosas do Cras Pitanguinha’, explicou o educador.
Projeto Vem que Tem Balanço
O projeto Vem que tem Balanço, conta com aulas de capoeira para idosas, que também aprendem sobre questões culturais, como a história dessa arte e seu objetivo. Em 2019, o grupo de 35 mulheres, de 40 a 82 anos, participou da primeira cerimônia de batismo do projeto, que teve a troca de cordas, ritual que simboliza que o grupo já está pronto e apto para aprender ainda mais sobre essa representação cultural. Os patronos da turma foram o Mestre Cláudio, capoeirista desde 1967, e o Mestre Jacaré, capoeirista desde 1970.
O educador social explicou que a Capoeira ensinada para o grupo é adaptada, mas que mesmo assim engloba todos os seus principais fundamentos. “Eu pego um apanhado dos elementos culturais, trabalho a musicalidade, a produção de instrumentos. Tudo dentro do contexto da própria capoeira, que permite essas aberturas. A prática para elas é adaptada e inclusiva, com movimentos que elas consigam realizar”, explicou Besourão.
O Mestre também falou sobre os preconceitos que teve que enfrentar para manter o Projeto. “Eu tive muitas resistências de familiares, delas mesmas com a própria idade e também sofri com o preconceito religioso, que está enraizado na nossa história desde a escravidão. Fizemos muitas rodas de conversa, trouxemos pessoas de diferentes religiões para falar sobre a Capoeira e dessa forma conseguimos vencer essas barreiras. Esse também é um dos objetivos dessa prática: abrir o leque de informações”, disse.
Para Josemeire Alves, de 53 anos, participar do projeto mudou sua vida. “Só de estar interagindo, conhecendo melhor as outras idosas, sorrindo e sem preocupações já é uma mudança gigante no meu dia. Além disso, agora consigo fazer coisas básicas que antes não conseguia, como abaixar e esticar bem as pernas”, relatou.
Premiações
Em novembro de 2018, o Mestre Besourão recebeu o Título de Notório Saber Ancestral da Capoeira pela Fundação Cultural Palmares em parceria com o Núcleo de Estudos Étinicos ANAJÔ e o Conselho de Mestres de Capoeira CEMCAL, em reconhecimento a sua contribuição por preservar, difundir e vivenciar a capoeira no Estado de Alagoas. No mesmo ano, ele também recebeu na Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho (PE), o prêmio de Bambas do Ano 2017/18 em homenagem, valorização e reconhecimento da capoeira pela relevante contribuição à capoeira nordestina. Em 2019, foi homenageado com o prêmio Berimbau de Ouro na Bahia, pelo seu trabalho com idosos e crianças com seu Método Capoeira Inclusiva. Em dezembro de 2019, também recebeu a Comenda Mestre Pedro Índio Axé na Câmara Municipal de Maceió pela sua contribuição com a Capoeira Inclusiva no município.
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