Justiça

Irmãos militares têm pena combinada de mais de 100 anos após triplo homicídio

As vítimas do triplo homicídio foram identificadas como Benício Francisco, de 42 anos; Maria José Conceição, de 50 anos; e Gilberto Pereira da Silva, de 66 anos.

Por 7Segundos com Assessoria 29/02/2024 18h06
Irmãos militares têm pena combinada de mais de 100 anos após triplo homicídio
TJ AL - Foto: Assessoria / TJ - Caio Loureiro

Dois ex-policiais militares irmãos, Wilson Rocha dos Santos Filho e Ailton Rocha dos Santos, receberam penas combinadas que excedem um total de 100 anos de prisão por um caso de triplo homicídio e uma tentativa de homicídio ocorridos em Pilar há 21 anos, em 19 de janeiro de 2003.

Wilson Rocha foi sentenciado a 56 anos e três meses de detenção, enquanto Ailton Rocha recebeu uma sentença de 43 anos e nove meses, ambos inicialmente em regime fechado.

As vítimas do triplo homicídio foram identificadas como Benício Francisco, de 42 anos; Maria José Conceição, de 50 anos; e Gilberto Pereira da Silva, de 66 anos. Eles foram alvejados fatalmente com tiros de pistola calibre 380. Uma quarta pessoa, Maria de Lurdes, de 52 anos, sobreviveu ao ataque, embora tenha sido atingida por três tiros na perna e no glúteo.

Gilberto Pereira, que era comerciante e esposo de Maria José da Conceição, estava fazendo um churrasco na calçada de seu estabelecimento quando os criminosos chegaram. Os assassinos supostamente utilizaram um veículo azul para o crime e para fugir. Embora o alvo principal fosse o comerciante, as outras vítimas também foram atingidas por estarem com ele no momento planejado para o ataque.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, que levou à condenação, o filho de Gilberto afirmou em seu depoimento que seu pai havia tido um desentendimento com um dos ex-policiais militares um mês antes do crime. Durante uma festa religiosa em 2002, Gilberto teria confrontado Wilson sobre a morte de seu filho, apontando o irmão Ailton como o responsável pelo assassinato, o que teria desencadeado uma discussão na época.

Para evitar possíveis problemas durante o julgamento, o júri foi transferido para Maceió a pedido do promotor de Justiça Sílvio Azevedo, de Pilar. No entanto, os réus não compareceram ao julgamento, alegando problemas de saúde, sendo relatado que um deles estava enfrentando câncer e não tinha condições de comparecer.

“Com o desaforamento do júri assumimos a acusação e o que posso afirmar é que, mesmo tardiamente, a justiça foi feita. Estamos falando de uma chacina, por motivo que o Ministério Público considerou fútil, que deixou filhos órfãos, pais sem seus filhos e que abalou toda a sociedade alagoana. A condenação dos assassinos, vinte e um anos depois, também serve de alerta para quem acha que cometer crime é sinônimo de impunidade, mas as leis não se acabam e o sofrimento dos familiares motiva a continuarem a luta para que os responsáveis paguem pela atrocidade. Passaram-se mais de duas décadas e a justiça foi feita", declarou o promotor de Justiça Frederico Monteiro.