Dia Mundial da Amamentação: Um ato de amor e de proteção à saúde
A amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida é a recomendação unânime que garante uma série de benefícios à saúde da mamãe e do bebê
Após o nascimento de um bebê, a grande preocupação da maioria das mães é com relação à amamentação da criança. Seja pelo receio em sofrer com rachaduras e dores nos seios devido à sucção da criança, seja pela dúvida se apenas o leite materno é realmente suficiente para a nutrição do filho. Na última quinta-feira (1º), foi celebrado o Dia Mundial de Amamentação, data criada para reforçar a importância desse ato não somente para o bebê, mas também para as mães.
Para estimular a amamentação exclusiva no Brasil, foi criado o Agosto Dourado, campanha que visa a conscientização sobre a importância da amamentação, com a divulgação de informações e o estímulo de iniciativas. A cor dourada diz respeito ao padrão ouro de qualidade do leite materno – considerado o alimento mais completo para os primeiros meses de vida.
A amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida é a recomendação unânime que garante uma série de benefícios à saúde da mamãe e do bebê. Segundo o Ministério da Saúde (MS), não se devem oferecer chás nem mesmo água para o bebê nesse período, mesmo em locais secos e quentes. Infelizmente, muitas mulheres acabam sendo pressionadas por familiares a ofertar outros alimentos à criança, com a desculpa de que o leite materno é fraco ou insuficiente.
Leite Materno x Imunidade do bebê
Além de ser uma fonte extremamente saudável de alimento, o leite materno também é um protetor para a saúde da criança, que ainda apresenta seu sistema imunológico imaturo, o que a torna mais suscetível aos agentes infecciosos.
De acordo com informações do MS, o leite materno protege o bebê contra diarreias, infecções respiratórias e também alergias. Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Estudos comprovam, ainda, que crianças amamentadas no peito são mais inteligentes, e há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo. Sem dúvidas, é um alimento completo.
Além de tudo isso, o aleitamento materno pode reduzir em até 13% a mortalidade em crianças de até cinco anos de idade. Assim, recomenda-se que a amamentação se estenda até os dois anos de idade ou mais, sendo exclusiva durante os primeiros seis meses de vida do bebê.
Benefícios para as mamães
A amamentação oferece diversos benefícios também à saúde da mulher. Ainda segundo o MS, amamentar reduz os riscos de hemorragia no pós-parto e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovários e colo do útero no futuro. Além disso, fortalece o vínculo entre mãe e filho.
Infelizmente, muitas mulheres acabam não conseguindo produzir o leite, ou precisam interromper a amamentação devido algum tratamento médico, por exemplo, ou em situações em que a mãe é portadora do vírus HIV. Nesse caso, a mãe não pode amamentar a criança, devido o risco de transmitir o vírus através do leite.
Em uma pesquisa de 2022, feita com mais de cinco mil mães brasileiras, mostrou que 19% não conseguiram amamentar seus filhos. E o índice é ainda maior entre as que não conseguiram amamentar exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade: 31% delas.
Para diminuir esses índices é importante que a mãe tenha apoio familiar, e que a pressão sobre ela também seja menor. Isso porque o hormônio responsável pela produção do leite – a ocitocina, está diretamente ligado ao emocional da mulher. O desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a falta de confiança, problemas familiares, todos estes são fatores inibidores que interferem na produção desse hormônio.
Os desafios da mãe x Amamentação Exclusiva
Kristhianne Xisto, de 36 anos, é mãe de três crianças. Ela conta os desafios e as alegrias em ter amamentado todos os filhos, exclusivamente, com leite materno até os seis meses, e continuar amamentando mesmo após a introdução alimentar das crianças.
Em entrevista ao portal 7Segundos ela explica que ser mãe foi algo que ela sempre sonhou, e que nunca pensou em abdicar do ato de amamentar. “Para mim, é um gesto de amor infinito, sem falar na conexão incrível entre mãe e filho(a) que se forma. Amamentei exclusivamente meus três filhos até os seis meses, e continuei amamentando depois disso por até dois, três anos cada um. Inclusive, ainda amamento a minha filha mais nova, que está com dois anos e sete meses, e é algo que eu amo fazer’, conta Kristhianne.
A mamãe de três revelou que não foi fácil manter a amamentação exclusiva dos filhos. Apesar de não ter tido dificuldades em produzir o leite, ela também foi pressionada a complementar a alimentação dos bebês com fórmulas e mamadeiras.
“Isso aconteceu muito, principalmente no meu primeiro filho. Como não tinha experiência alguma, ouvi bastante “pitaco”, mas, graças a Deus, tive o apoio da minha mãe e do meu marido, que me incentivaram muito a manter a amamentação exclusiva”, explicou Kristhianne.
Banco de Leite Humano
Em Alagoas, a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), que fica localizada no bairro Poço, em Maceió, conta com um Banco de Leite Humano (BLH). A unidade, que é vinculada à Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), promove não somente a coleta e a distribuição do leite doado para bebês prematuros internados na unidade neonatal, como também recebe mães que estão com dificuldades em amamentar, as orienta e as ajuda nesse processo que pode ser difícil para algumas mulheres.
“As mães que procuram o serviço do Banco de Leite normalmente estão com dificuldade para amamentar devido a dores causadas, entre outros motivos, por fissura, ingurgitamento mamário [mama empedrada], mastite, abcesso e obstrução de ducto. Algumas chegam a nós também com problemas para posicionar o bebê e dificuldade na pega”, esclareceu Andréa Pinheiro, coordenadora do BLH da MESM.
Mesmo sendo referência para o estado, o BLH da MESM necessita de doações, tendo em vista que a necessidade diária é, em média, cinco litros. O leite doado é utilizado para complementar a dieta dos recém-nascidos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Convencional (UCINCo).
Além da MESM, em Maceió o Hospital Universitário (HU) também dispõe de um banco de leite humano. Já no interior, os serviços funcionam em Palmeira dos Índios, na Maternidade Santa Olímpia; em Arapiraca, no Hospital Regional; e em São Miguel dos Campos, na Santa Casa.
Como Doar
Para doar, as mamães devem estar saudáveis e amamentando, com sobra diária mínima, em média, de 50 ml. “É necessário que as mulheres estejam em aleitamento materno exclusivo, sem acrescentar fórmulas para seus bebês, pois não podemos tirar o leite da criança para dar a outro”, alertou Andréa Pinheiro.
Para a coleta do leite, as doadoras devem ligar para o telefone (82) 3315-4434 e fazer o cadastro. Serão disponibilizadas informações sobre os procedimentos de doação. A doadora receberá em casa um kit com os recipientes de vidro e tampa de plástico esterilizado. “Ao recebermos o contato das mulheres doadoras, nossa equipe envia o formulário e ela devolve junto aos exames do pré-natal. E a partir daí, quando elas tiverem com o vidrinho cheio, iremos buscar na casa delas. Caso não tenham esses exames ou se eles estiverem muito antigos, as mamães são orientadas a vir à nossa unidade realizar novos exames e fazer a coleta”, pontuou.
Rede Estadual de Leite Humano:
Maceió:
Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) – Bancos De Leite Humano, localizado na Avenida Comendador Leão, no bairro do Poço | (82) 3315- 4434
Hospital Universitário (HU) – Banco de Leite Humano, localizado na Avenida Lourival Melo Mota, no bairro Tabuleiro do Martins | (82) 3202-3945
Arapiraca:
Hospital Regional – Banco de Leite Humano Ivete França Lima, localizado na Rua Padre Cícero, no bairro do Centro | (82) 98109-9112
São Miguel dos Campos:
Santa Casa – Banco de Leite Humano da Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos, localizado na praça Dr. José Inácio | (82) 3271-9401
Palmeira dos Índios:
Maternidade Santa Olímpia – Banco de Leite Humano Dra. Kátia Born, localizado na Avenida Deputado Medeiros Neto | (82) 3421-9000
Postos Coletas
Posto de Coleta do Hospital Nossa Senhora da Guia
Rua Comendador Calaça , 1.244 Poço
57025-640 MACEIO, AL
Telefone: 82-3202-5531
Posto Coleta URS Dr. Hamilton Falcão
Av. Norma Pimentel da Costa S/N, 00 Benedito Bentes
57084-615 MACEIO , AL
Telefone: 82-3312-5422