Saúde

Abaixo da cobertura vacinal, Maceió tenta conter avanço da dengue com mobilização nas escolas

Jovens entre 10 e 14 anos são grupo de risco, com alto índice de hospitalização e óbitos

Por Wanessa Santos 14/09/2024 07h07 - Atualizado em 14/09/2024 07h07
Abaixo da cobertura vacinal, Maceió tenta conter avanço da dengue com mobilização nas escolas
Em Maceió, até a semana atual, foram confirmados 5.809 casos de dengue - Foto: Reprodução/Canva

O ano de 2024 tem se mostrado um daqueles anos em que as doenças endêmicas ganham mais força, em Alagoas. Prova disso é o alto número de casos de dengue no estado. Ao todo já foram contabilizados 16 óbitos em decorrência da doença, sendo sete deles em Maceió.

Para tentar conter o elevado índice de contaminação e de mortes, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) criou uma nova estratégia a fim de ampliar a cobertura vacinal na capital do estado. Isso porque a vacina contra a dengue está disponível nas unidades de saúde para pessoas entre 10 e 14 anos.

Imunização de estudantes contra a dengue, em Maceió, acontece até 4 de outubro

Diante de uma baixíssima procura pela vacina nas unidades de saúde, com um percentual de apenas 18%, o município de Maceió busca correr atrás do prejuízo. A meta do Ministério da Saúde era conseguir atingir 90% do público alvo, algo bem distante da realidade atual.

O interesse dos órgãos de saúde em atender, prioritariamente, esse público mais jovem se deve pelo fato dele estar classificado como grupo de risco. A SMS explica que os adolescentes entre 10 e 14 anos, que contraem o vírus da dengue, possuem uma alta taxa de hospitalização, além de uma grande probabilidade de vir a óbito.

Para conseguir chegar até essas pessoas, foi criada uma parceria entre SMS e Semed, que consiste em uma busca ativa feita pela SMS nas escolas municipais de Maceió, na tentativa de levar os jovens até as unidades de saúde para atualizar o calendário vacinal contra a dengue.

É importante ressaltar que os alunos só são submetidos à vacinação com a devida autorização dos pais. Para isso, a SMS realiza um contato prévio com as escolas para poder solicitar a autorização dos responsáveis. Só assim, é feito um agendamento para que os jovens possam ir receber a vacina.

Diferente do que muitos imaginam, a vacinação contra dengue feita através dessa parceria entre saúde e educação, não ocorre dentro das escolas. Ainda de acordo com a SMS, não há autorização para a aplicação da vacina contra a dengue fora das Unidades Básicas de Saúde. Por essa razão, os alunos que são autorizados pelos pais, são encaminhados até a unidade de saúde mais próxima de sua escola.

Esquema Vacinal Incompleto


As informações da Secretaria Municipal de Saúde são de que cerca de 11 mil doses D1 – que seria a 1ª dose da vacina contra a dengue – foram aplicadas em Maceió até agora. Entretanto, apenas 296 doses da segunda fase do ciclo foram aplicadas.

A SMS ressalta que sem a 2ª dose, a imunização contra a doença não acontece. Por isso, é fundamental concluir o esquema vacinal nas datas corretas.

Para se ter uma ideia do elevação considerável dos casos de dengue em Alagoas no ano de 2024, em um comparativo com o mesmo período do ano de 2023, os casos suspeitos tiveram um aumento de 290,5%.

Em Maceió, até a semana atual, 36ª Semana Epidemiológica, foram confirmados 5.809 casos de dengue. No mesmo período de 2023 foram confirmados 1.720 casos de dengue, correspondendo a um aumento na ordem de 237,73% em 2024.

Encerramento da Mobilização


A SMS informou que no próximo mês, outubro, a mobilização nas escolas deve chegar ao fim, período em que todas as unidades de ensino devem ser atendidas em Maceió. Entretanto, o imunizante permanecerá disponível nas Unidades de Saúde da capital.

Principais sintomas


Os principais sintomas da dengue são: febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e articulares. Em casos graves, há hemorragia intensa e choque hemorrágico (quando uma pessoa perde mais de 20% do sangue ou fluido corporal), o que pode ser fatal.

É importante que a população, ao perceber alguns desses sintomas, busque atendimento médico adequado.