Mulheres nas ciências: público feminino fortalece e impulsiona pesquisas em Alagoas
No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, pesquisadoras e alunas compartilham desafios e conquistas na produção do conhecimento

“O conhecimento científico precisa ser um instrumento de transformação social.” A afirmação da professora Amanda Macêdo sintetiza o compromisso das mulheres que fazem ciência na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado neste 11 de fevereiro, a celebração reforça a importância da presença feminina na produção do conhecimento e na construção de um futuro mais equitativo.
Na Uncisal, a pesquisa tem cada vez mais o protagonismo das mulheres. Seja na docência, na iniciação científica ou na pós-graduação, elas rompem barreiras, lideram projetos e ampliam o impacto da ciência na sociedade. Para Mara Ribeiro, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, a participação feminina tem sido decisiva para a consolidação da produção científica da universidade.
“Temos um número expressivo de pesquisadoras liderando grupos de pesquisa, coordenando projetos e formando novas cientistas. Esse crescimento reflete não apenas a competência dessas mulheres, mas também demonstra a importância de garantir um ambiente acadêmico mais inclusivo e igualitário”, ressalta a pró-reitora.
Da sala de aula para a pesquisa: a trajetória de Amanda Macêdo

A professora Amanda Macêdo, pesquisadora na área da Enfermagem e Saúde Coletiva, acredita que ciência e sociedade devem caminhar juntas. Com um currículo extenso, que inclui doutorado em Linguística e atuação em diversos grupos de pesquisa, ela defende uma produção científica que vá além dos muros da universidade.
“A pesquisa precisa dialogar com a realidade e servir à comunidade. Na minha trajetória, sempre busquei integrar ensino, pesquisa e extensão para construir um conhecimento que tenha impacto social. A ciência não pode ser algo distante, restrito aos periódicos acadêmicos”, afirma Amanda.
Além da docência, ela integra redes nacionais de pesquisa e coordena projetos que aproximam a ciência do cotidiano da população. Neste ano, ela estará envolvida no projeto de extensão Consumo e Produção Científica para o Social (Conciso), que busca capacitar profissionais de saúde e educação na construção de projetos científicos aplicados à prática.
Para Amanda, a presença feminina na ciência ainda enfrenta desafios estruturais, como a invisibilização das pesquisadoras e a dificuldade de conciliar carreira acadêmica e vida pessoal. “Não basta apenas incluir mais mulheres na pesquisa, precisamos questionar a própria estrutura da academia e construir um ambiente mais diverso, que valorize diferentes perspectivas e saberes”, reforça.
Do mestrado à prática: a nova geração de pesquisadoras

A trajetória de Julya Thereza, egressa da Uncisal e recém-aprovada no mestrado da Ufal, mostra como a pesquisa pode transformar carreiras e ampliar horizontes. Após concluir a graduação em Enfermagem, ela ingressou na residência em Infectologia e encontrou na ciência um caminho para aprofundar seus conhecimentos e contribuir ainda mais para a saúde pública.
“Desde a graduação, me interessei por pesquisa e tive a oportunidade de participar do Grupo de Estudo e Pesquisa Noraci Pedrosa (GENPE). Foi ali que percebi o impacto que a ciência pode ter na assistência e na formulação de políticas públicas”, conta Julya.
Agora, no mestrado, ela pretende aprofundar seus estudos na área da saúde coletiva e contribuir para a produção científica do estado. Mas reconhece que o caminho da mulher na ciência ainda é permeado por desafios.
“Ainda há barreiras, desde a sub-representação em cargos de liderança até a sobrecarga que muitas mulheres enfrentam ao conciliar carreira e vida pessoal. Mas temos avançado e, com o apoio das redes de pesquisa e de políticas institucionais, estamos ocupando cada vez mais espaços”, afirma.
Presente e futuro: mulheres moldando a ciência
A ciência feita por mulheres na Uncisal é diversa, interdisciplinar e socialmente engajada. Seja em pesquisas sobre saúde coletiva, enfermagem, biotecnologia ou áreas afins, elas estão à frente de projetos que impactam a sociedade e formam novas gerações de cientistas.
Para Mara Ribeiro, titular da Propep, a universidade tem o compromisso de fortalecer essa presença feminina e garantir que cada vez mais mulheres possam desenvolver seus projetos e liderar a produção científica.
“A ciência precisa das mulheres. O conhecimento que produzimos reflete nossas vivências, nossas perspectivas e nossas lutas. Ao fortalecer a presença feminina na pesquisa, estamos não apenas promovendo equidade, mas também qualificando a ciência e ampliando seu impacto social”, conclui a pró-reitora.
No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, as trajetórias de Amanda Macêdo, Julya Thereza e tantas outras pesquisadoras da Uncisal reforçam que a produção do conhecimento tem gênero, tem história e tem futuro. E esse futuro é cada vez mais feminino.
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