Política

Deputados se preparam para votar urgência da anistia contra a vontade de parte da população

Levantamento da Genial/Quaest mostra que 41% são contra, enquanto 36% dos entrevistados defendem o perdão

Por Felipe Ferreira 17/09/2025 14h02
Deputados se preparam para votar urgência da anistia contra a vontade de parte da população
Deputados podem votar urgência da anistia ainda hoje - Foto: Agência Brasil

A pesquisa divulgada pela Genial/Quaest nessa terça-feira (16) mostra que a maioria dos brasileiros continua sendo contrária à concessão de um perdão aos envolvidos no 8 de Janeiro. Segundo o levantamento, 41% dos entrevistados são contra a anistia, enquanto 36% concordam.

Mesmo com a maioria dizendo que não quer anistia ao 8 de Janeiro, a Câmara dos Deputados pode votar, nesta quarta-feira (17), a urgência do projeto que concede anistia a Bolsonaro e demais envolvidos nos atos golpistas.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), convocou uma reunião com líderes da Casa para mais uma rodada de negociações em torno do tema.

O texto é apoiado pelo PL, que vai tentar beneficiar o ex-presidente Bolsonaro diante da sua recente condenação a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

A articulação da anistia, vale lembrar, conta com a articulação discreta, nos bastidores, do deputado federal Arthur Lira (PP). O alagoano, segundo informações da imprensa nacional, chegou a negociar o apoio à anistia em troca da aprovação da PEC da Blindagem.

A bancada governista diz ter os votos necessários para derrotar o projeto. Já a oposição bolsonarista garante que tem apoio suficiente para aprová-lo.

A pesquisa


41% dos brasileiros são contra a possibilidade de anistia para envolvidos na tentativa de golpe de estado após a eleição presidencial de 2022. O levantamento aponta ainda que 36% são a favor da anistia para todos os envolvidos, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Outros 10% defendem a anistia apenas para os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. 13% não sabem ou não responderam.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos e tem um intervalo de 95% de confiança.