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Região Norte vive caos com fechamento do Matadouro de Porto Calvo

Empresários do setor calculam prejuízo de mais de R$ 250 mil

Por Maurício Silva 25/06/2018 09h09
Região Norte vive caos com fechamento do Matadouro de Porto Calvo
Falta carne bovina no Mercado Público de Porto Calvo e outras cidades - Foto: Maurício Silva/ 7Segundos

A população da região Norte de Alagoas vem sofrendo as consequências do fechamento do Matadouro de Porto Calvo. O prédio foi fechado por determinação judicial no último dia 5 de junho. O preço da carne bovina já subiu cerca de 15% nos últimos 20 dias e os empresários calculam nesta segunda-feira (25), prejuízo acima de R$ 250 mil.

A situação se agravou com a proibição de abater os animais no município de Colônia Leopoldina. Os marchantes, empresários e fateiras de toda a região Norte de Alagoas estavam fazendo o abatimento na cidade, mas o governo municipal restringiu na última quinta-feira (21) porque não estava suportando a demanda. A expectativa é para um novo aumento no preço da carne bovina nos próximos dias.

Nos Mercados Públicos e em muitos estabelecimentos comerciais, a carne bovina já está faltando. O gerente de um supermercado em Porto Calvo, Elisilvio Santos da Silva, disse que as pessoas estão de mãos atadas. “Não sei o que fazer com essa proibição de abater em Colônia Leopoldina. Não tem o que fazer? Vão matar os bois aonde? Como?”, questionou.

A situação se complicou e os empresários, marchantes, açougueiros e fateiras não sabem o que fazer. Muitos já estão abatendo os animais irregularmente nos matagais e canaviais da região Norte. Empresários da região que abatem em Maceió em um grande frigorifico também estão de mãos atadas, pois o frigorifico também já não está abatendo mais os animais da região Norte, por não suportar a demanda.

João Batista Ramos Soares trabalha há quarenta anos como marchante e agora não sabe o que fazer. “A situação é a pior possível. Nós somos os que mais sofrem com isso. Só temos isso e agora vamos viver de quê? Não tem onde matar os animais”, enfatizou.

Segundo os empresários, mais de 200 famílias dependem diretamente do funcionamento do Matadouro de Porto Calvo para sobreviver. São marchantes, empresários e fateiras (atividade que consiste em fazer o tratamento e limpeza de vísceras ocas ou intestinos [fatos] dos animais abatidos). Muitas pessoas estão passando necessidades e não conseguem outra atividade para sobreviver.

O Matadouro Público de Porto Calvo abatia diversos animais (maioria gado) e o prédio atendia 11 municípios da região Norte de Alagoas: Porto Calvo, Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres, Passo de Camaragibe, Barra de Santo Antônio, Paripueira, São Luís do Quitunde, Matriz de Camaragibe e Jacuípe. Segundo os empresários, o prejuízo é sem tamanho e vem prejudicando toda a cadeia econômica da região.

O fechamento
A justiça determinou o fechamento imediato do Matadouro de Porto Calvo a pedido da Promotoria de Justiça com base no relatório da Adeal de 28 de julho de 2017. O prédio passou por uma ampla reforma esse ano e no local eram abatidos animais de 11 municípios. Os abates estavam sendo feitos em Colônia Leopoldina e muitos marchantes estão abatendo de forma irregular em abatedouros clandestinos.