Ifal tem até o dia 25 para emitir parecer sobre caso de doutrinação
Aluna se transferiu da instituição de ensino
O caso dos professores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Maragogi, Renato Libardi Bittencourt e Carlos Filgueiras, acusados de doutrinação ideológica-partidária e de gênero ganha novos capítulos: a comissão pedagógica deve emitir um parecer até o dia 25 de novembro sobre o episódio. A aluna que fez a acusação se transferiu da instituição devido a repercussão.
Os docentes do Ifal Maragogi são acusados por pais de uma aluna de doutrinação ideológica-partidária e de gênero. Eles são suspeitos de persuadir os estudantes para partidos de esquerda, em especial ao Partido dos Trabalhadores (PT). A denúncia foi feita no dia 4 de outubro e veio à tona no dia 10 do mesmo mês.
A comissão pedagógica que apura o caso tem até o dia 25 de novembro desse ano para entregar o parecer do processo à direção-geral do campus. No dia 9 de outubro, a direção acadêmica do campus notificou os docentes para prestarem informações do ocorrido até o dia 18 de outubro. Em seguida, a direção acadêmica enviou essas informações à direção-geral do campus, que instalou uma comissão pedagógica no dia 25 de outubro para analisar o conteúdo do documento e apresentar o parecer prévio ao diretor-geral até o dia 25 de novembro. Em seguida, ocorre a decisão final no processo.
O pai da aluna, o empresário Neudson Cunha, disse que a filha não tinha mais condições de continuar estudando na instituição devido aos fatos. “Ela não pôde retornar mais porque alguns alunos incitados pelas declarações do professor fizeram comentários terríveis, fortes... Ela não está lá mais por conta do clima criado pelo professor e pela instituição”, frisou.
O advogado Jadilson Brito informou que pretende ir ao Ifal na próxima semana com o pai da estudante e com a promotora de justiça de Maragogi, Francisca Paula de Jesus. “Nós iremos ao Ifal conversar com o diretor, pegar uma cópia dos procedimentos, do que já estiver nos autos e falar com a promotora”, contou.
A acusação diz que há uma pré-disposição por parte de alguns docentes, no sentido de propagar, ensinar e influenciar os alunos, ainda menores, sem o devido conhecimento e vigilância dos pais, assuntos como ideologia de gênero e de cunho partidário, fazendo sempre ênfase de forma insidiosa a conceitos de partidos de esquerda e uma pública apologia ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Professores negam
Os professores Renato Libardi Bittencourt e Carlos Filgueiras, de filosofia e história respectivamente, negam a acusação. Libardi, inclusive, diz que foi vítima de cyberbullyng por parte de estudantes e em um áudio atribuído a ele, o docente chega a chamar um aluno de fascista.
Escritório de advocacia
Também no áudio atribuído ao professor Renato Libardi Bittencourt, ele faz declarações polêmicas contra o escritório Silva & Brito Advocacia. O advogado Jadilson Brito afirmou que vai acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) Seccional Alagoas contra o docente por contas das expressões usadas pelo docente referentes ao escritório.