Software de laboratório da Ufal ajuda no combate a pandemia em Maragogi
Com dados de pacientes gestores podem ter panorama da crise e adotar estratégias

A ciência de dados tem sido uma forte aliada para compreender cenários e montar estratégias de combate à pandemia de coronavírus. O Laboratório de Estatística e Ciência de Dados (LED), do Instituto de Matemática da Ufal, está focando a atenção para pesquisas que contribuam com o enfrentamento de covid-19 em Alagoas. O mais novo projeto é a criação de um software de monitoramento para coletar dados de suspeitos e confirmados da doença.
De acordo com o professor Sérgio Lira, o trabalho está sendo executado no sistema de saúde do município de Maragogi, litoral alagoano, numa parceria entre a prefeitura e o LED. Os pacientes que chegam às unidades de atendimento cadastram informações como sintomas, comorbidades, dados pessoais e familiares.
“Com isso, aplicaremos um rankeamento de risco de ter covid19 baseado numa tabela médica. Todas essas informações são agrupadas e mostradas em gráficos para o gestor municipal. Isso dará uma ideia mais clara do número de infectados e demanda de atendimento”, explica Lira.
Os formulários são atualizados em tempo real e leva em conta a infraestrutura local de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), dinâmica da população e outros dados a partir de censo escolar e comunitário. As informações passam por um tratamento automático e monitorado para modelagem utilizando inteligência artificial.
“Acoplamos as informações a previsões computacionais de número de infectados e demanda de leitos para os próximos dias para auxiliar a gestão de atendimentos do município”, continua o professor Sérgio.
Recursos para tomadas de decisões
Esse tipo de recurso científico e tecnológico auxilia os gestores públicos a compreender uma situação, com previsibilidade dos problemas e ainda é possível compartilhar informações entre os comitês de crise que utilizam a mesma ferramenta.
“Além do atendimento e das previsões de cadastro de leitos, o administrador da unidade poderá fazer pedidos. Qual é a ideia? Ele pode cadastrar que está precisando de respirador e todos os administradores cadastrados vão ter acesso e podem entrar em contato entre si para fazer as trocas de material, empréstimos, da forma como pode ser feito para tentar agilizar, no caso de uma crise”, acrescentou o professor Adriano Barbosa, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que faz parte da equipe.
O projeto piloto começou em Maragogi e, segundo o professor Sérgio Lira, despertou o interesse dos gestores de Japaratinga, Porto Calvo e São José da Coroa Grande. O grupo de pesquisadores já entrou em contato com a Associação de Municípios de Alagoas (AMA), que avalia uma parceria para atender a todos que quiserem usar o recurso. Com os dados em rede, a contribuição para estratégias de políticas públicas podem ser mais eficazes.
“A ideia é que o comitê gestor da crise, após a coleta de todos os dados, tenha um panorama geral da situação. Uma das visualizações que a gente tem implementado é um mapa que vai mostrar todos os registros de casos suspeitos e confirmados e a sua distribuição nos municípios do Estado. E em cada cidade, a gente pode visualizar o cadastro de leitos usados e disponíveis de cada ponto de atendimento”, destacou Adriano Barbosa.
A parceria executada em Maragogi tem baixo custo de manutenção, que servirá para financiar os bolsistas que monitoram e analisam os dados. Também fazem parte do grupo os professores Krerley Oliveira (IM/Ufal) e Thales Vieira (IC/Ufal). Os docentes ainda estão desenvolvendo pesquisas sobre como utilizar as informações para traçar uma cadeia de contágio e otimizar estratégias de testagem.
“Este projeto faz com que nós, cientistas de dados, possamos contribuir de maneira efetiva com soluções para pessoas reais. Além de trabalhar com números e equações, estamos agora lidando com agentes de saúde e pacientes, que tanto necessitam de auxílio neste momento de crise”, ressaltou Sérgio Lira.
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