Economia

Juros do cartão em abril chegam ao maior nível desde agosto de 2017

Em média, bancos cobraram 335% ao ano no mês passado no rotativo, fazendo com que dívida quadruplique em 12 meses

Por R7 28/05/2021 10h10
Juros do cartão em abril chegam ao maior nível desde agosto de 2017
Juros do cartão de crédito e do cheque especial sobem - Foto: Agência Brasil

Os juros do cartão de crédito de abril subiram pelo segundo mês consecutivo, chegando a 335,3% ao ano no mês de abril. É a maior taxa ao ano para um mês desde agosto de 2017, quando o índice registrado foi de 392,29%, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Banco Central.

Os juros do cheque especial também aceleraram e custavam 124,5% ao ano no mesmo período.

Esses percentuais são as médias de juros cobrados pelos bancos dos clientes que tomam dinheiro emprestado nas duas modalidades, as mais caras do mercado.

No caso do cartão de crédito, uma dívida de R$ 1.000 tomada em abril de 2021 vai se tornar, de forma hipotética, em um saldo devedor de R$ 4.353 com a taxa média praticada pelos bancos brasileiros. Portanto, a dívida vai mais do que quadruplicar em 12 meses.

Já no caso do cheque especial, a mesma dívida de R$ 1.000 vai saltar para R$ 2.245 dentro de um ano. Ou seja, o débito vai mais do que dobrar.

Opção mais barata

O crédito consignado, aquele que tem desconto na folha de pagamento do funcionário, é uma das linhas de empréstimo mais baratas do mercado e se apresenta como alternativa para o cheque especial e o cartão de crédito.

A taxa de juros nessa linha de crédito, apesar da alta média de 0,5 ponto percentual na passagem de março para abril, continua sendo a melhor opção para quem precisa de dinheiro emprestado. No mês passado, o índice médio registrado foi de 19,4% ao ano.

No mesmo exemplo da dívida hipotética de R$ 1.000, se feita no crédito consignado, passaria a custar R$ 1.194 depois de um ano.

Para servidores públicos, a taxa é ainda menor e atinge 16,8% no crédito consignado. Para os beneficiários do INSS, (aposentados e pensionistas) o índice em abril subiu a 21,9%. E aos trabalhadores da iniciativa privada, a taxa média desacelerou para 28,8% ao ano no mês passado.