Entenda o Parkinson, doença que afastou José Serra do Senado
Senador, de 79 anos, do PSDB, ficará quatro meses licenciado para tratar doença degenerativa

O senador José Serra (PSDB-SP) anunciou, na terça-feira (10), que se licenciou do cargo no Senado Federal pelo período de quatro meses para fazer tratamento contra o Parkinson. A doença se manifesta em pessoas acima de 65 anos e estima-se que afeta 200 mil brasileiros e 8 milhões de pessoas no mundo.
De acordo com o IBGE, nos últimos cinco anos, o envelhecimento da população cresceu 16%. Com isso, a preocupação com o Parkinson se torna ainda maior, segundo o neurologista Alex Baeta, neurocirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Ele explica que se trata de uma doença degenerativa, crônica e progressiva que atinge o sistema nervoso central.
Ocorre devido ao envelhecimento das células nervosas que produzem a dopamina, um neurotransmissor que ajuda na função motora e faz com que não seja necessário pensar em cada movimento que os músculos realizam. A falta da dopamina altera as atividades humanas.
"É uma doença degenerativa do sistema nervoso central e é causada pela redução intensa da produção de dopamina. A falta dela, particularmente em uma região específica do sistema nervoso chamada substância negra, no tronco cerebral, faz parte da parte nigroestriatal, que vai até o centro do cérebro levando dopamina e fazendo toda a modulação e determinando o sistema motor do indivíduo. A doença de Parkinson reduz a dopamina, levando à perda dos movimentos automáticos e voluntários", afirma Baeta.
O sintoma mais comum do Parkinson são os tremores, mas o médico alerta que nem todos pacientes apresentam essa característica. "A doença apresenta um conjunto de sinais e sintomas. O tremor é um deles, mas existem casos que o tremor é muito reduzido ou inexistentes, que chamamos de forma rígido-acinética, ou seja, o paciente tem rigidez e tem oligo cinesia, que é a diminuição dos movimentos automáticos. O conjunto de sinais é chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo", explica o neurocirurgião.
O diagnóstico é feito essencialmente pela avaliação clínica do paciente, às vezes, pode ser usados exames de imagens para confirmar a enfermidade. O neurologista é mais indicado para diagnosticar, já que outras doenças ou alguns remédio podem aparecer a síndrome parkinsoniana e não ser o Parkinson.
"Existe uma série de doenças diferentes e causas diversas podem ter os mesmos sintomas. Mas, em 70% dos casos é doença de Parkinson. As vezes remédios simulam doenças de Parkinson, como, os para vertigem e tontura que muitos idosos usam. Eles podem apresentar o Parkinsionismo como efeito colateral", observa o médico.
Existem dois tipos da enfermidade, a de origem genética, que passa de pai para filho, e a esporádica, que é causada pelo envelhecimento. "O tipo esporádico é o mais comum. Todos envelhecemos e temos perdas progressivas de células nervosas, que produzem dopamina. Mas, algumas pessoas perdem essas células mais rápido, diminuindo ainda mais os níveis de dopamina. É como se fosse uma morte precoce com maior intensidade, já que todo o indivíduo apresenta essa perda progressiva. Normalmente, o envelhecimento começa a partir dos 40 anos e quanto mais idoso mais chances de desenvolver a doença de Parkinson", diz Baeta.
Por ser uma doença degenerativa e progressiva, ela não tem cura, existem tratamentos para diminuir os efeitos físicos da enfermidade. "Têm muitos remédios indicados e, geralmente, os organismos respondem bem a eles. Os medicamentos repõem a dopamina que está faltando. Além da medicação, as pessoas precisam fazer atividades físicas e, em alguns casos, uma reabilitação cognitiva. O paciente é obrigado a fazer atividades física. Quem não faz tem uma evolução pior", ressalta o neurocirurgião.
Não há uma forma de prevenir a doença, já que está associada ao envelhecimento. Porém, o acompanhamento médico periódico na velhice é fundamental. "Quanto mais precoce o tratamento, melhor a evolução do doente", conclui Baeta.
Veja também
Últimas notícias

Prefeito Luciano Barbosa posta nota de pesar pela morte de Dona Helena, matriarca do Grupo Coringa

Unidade Trapiche do Hemoal Maceió funciona em horário reduzido neste sábado (15)

Previsão do tempo para este fim de semana em AL é de nebulosidade e possibilidade de chuva

Juizados da Mulher da Capital e de Arapiraca analisam 256 processos de violência doméstica

Motociclista fica gravemente ferido após colidir contra poste na Mangabeiras

Unidade do Hemocentro de Arapiraca tem nova gerente
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
