Trabalho voluntário e artesanato são associados a menor risco de demência, conclui estudo
Pesquisadores relacionam uma série de atividades de lazer que podem contribuir para evitar o declínio cognitivo na terceira idade

Com um aumento da expectativa de vida nos próximos anos, cresce também a preocupação de cientistas sobre como evitar um dos problemas mais associados ao avanço da idade: a demência.
Os estudos nos últimos anos já evidenciaram que problemas cardiovasculares, além de predisposição genética, podem ter um efeito negativo sobre o cérebro.
Entretanto, acredita-se, por outro lado, que o estilo de vida possa diminuir as chances de ter, por exemplo, Alzheimer.
Um trabalho publicado nesta quarta-feira (10) na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, fez uma revisão sistemática de outros artigos científicos desenvolvidos nos últimos anos e chegou à conclusão de que algumas atividades de lazer podem reduzir o risco de demência.
Os 38 estudos revisados incluíam dados de mais de 2 milhões de pessoas que não sofriam de demência em todo o mundo. Eles foram acompanhados por, pelo menos, três anos.
Nesse período de observação, os participantes forneciam informações sobre suas atividades de lazer, por meio de questionários ou entrevistas. Elas foram classificadas como algo que engajasse os indivíduos, seja por prazer ou bem-estar, e subdivididas em mentais, físicas e sociais.
Verificou-se que 74,7 mil pessoas desenvolveram demência.
Os autores do trabalho calibraram os resultados de acordo com idade, sexo e educação. Após isso, concluíram que indivíduos que se envolviam em alguma atividade de lazer tiveram um risco médio 17% menor de desenvolver demência, em comparação com aqueles que não faziam nada.
"Nossa pesquisa descobriu que atividades de lazer, como fazer artesanato, praticar esportes ou voluntariado, estavam associadas a um risco reduzido de demência”, afirma em comunicado o professor Lin Lu, um dos autores do estudo, do Sexto Hospital da Universidade de Pequim.
As atividades mentais foram associadas a um risco 23% menor de demência. Elas incluíam: ler ou escrever por prazer, assistir à televisão, ouvir rádio, jogos, tocar instrumentos musicais, usar o computador e fazer artesanato.
Atividades físicas, como caminhada, corrida, natação, ciclismo, uso de aparelhos de ginástica, ioga e dança, foram associadas a um risco 17% menor.
Já pessoas engajadas em eventos sociais, como frequentar uma aula, trabalho voluntário, visitar parentes ou amigos e atividades religiosas, tiveram 7% menos chances.
Lu ressalta que "ser ativo traz benefícios", e que "há muitas atividades fáceis de incorporar à vida diária que podem ser benéficas para o cérebro".
O estudo, porém, tem limitações acerca da periodicidade que cada indivíduo realizou as atividades, já que elas foram autorrelatadas.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente 55 milhões de pessoas vivem com demência em todo o planeta, das quais entre 60% e 70% têm Alzheimer.
Com o envelhecimento da população, estima-se que a demência poderá atingir 78 milhões de pessoas daqui a oito anos e 139 milhões até 2050.
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