Paciente desaparece do Hospital de Porto Calvo e família está desesperada
Familiares em Maragogi estão angustiados com a situação
A angustia da família de José Carlos da Silva Júnior, de 43 anos de idade, mais conhecido como ‘Capa Dura’ começou na última quinta-feira (14) quando ele passou mal no assentamento Santa Rita em Maragogi e teve que ser encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Mas o paciente teve que ser transferido para o Hospital Regional do Norte (HRN) em Porto Calvo. Ele foi atendimento, mas desde o fim de semana que os familiares souberam que ele desapareceu e até o início da tarde desta terça-feira (19) não há notícias do paradeiro do trabalhador rural.
José Carlos da Silva Júnior ‘Capa Dura’ é uma pessoa muito conhecida na cidade turística, na região de Peroba e do Centro. Segundo parentes, ele estava muito desidratado e com suspeita de pedra na vesícula. Após fazer exame na UPA Santo Antônio, ele foi levado para o HRN. De acordo com a família, a assistência social informou que o paciente não poderia ficar com acompanhante. Os familiares receberam a informação que o estado de saúde do camponês era complicado e que precisaria fazer cirurgia.
A irmã, Andréa Cristina Gomes da Silva Santos, contou o que ocorreu no domingo (17). “Quando foi domingo meu outro irmão foi visita-lo e o hospital alegou que o meu irmão estava fazendo exames e que em duas horas ia sair da sala. O meu irmão esperou quatro horas e nada! Depois de muito tempo o hospital veio alegar que o meu irmão tinha sumido, tinha ido embora”, disse.
Andréa Cristina estranhou as condutas adotadas na unidade hospitalar. “A gente saiu daqui de Maragogi e foi para o hospital saber o motivo. A gente chegou lá e a assistente social alegou que ele tinha pedido para ir embora. Eu pedi a ela que me mostrasse o termo o que ele assinou, porque um paciente dentro do hospital tem que assinar um termo de responsabilidade e ela disse que o hospital não tinha esse direito de assinar o termo e eu pedi câmera de segurança e ela falou que o hospital não tinha”, contou.
A irmã relatou que o desespero é grande. “Hoje faz quatro dias que o meu irmão está desaparecido, não está no seu estado normal psicológico, a gente está nesse sofrimento sem saber de fato o que aconteceu. O hospital não está nem aí, a gente está aqui nesse sofrimento, sem saber notícias, sem saber mais o que fazer. Já fomos na delegacia e abrimos um BO (Boletim de Ocorrência). Hoje faz quatro dias que o meu irmão está nessa situação de desaparecido”, lamentou.
André Gomes, irmão do paciente, também está angustiado. “Quando a gente chega no domingo no hospital, o pessoal diz que ele sumiu no sábado (16), à noite, um fala uma coisa e outro fala outra e a gente não sabe o que fazer. A família está toda preocupada que a gente não sabe onde ele está, a gente já andou e não achou. A gente está desesperado sem saber o que fazer”, relatou.
O irmão André Gomes reclama do HRN. “A gente está tudo revoltado com o hospital que deixou um paciente sair no estado que ele saiu, sem ninguém para dá um apoio, sem nada. Eu só não fiquei no hospital porque disseram que eu não podia ficar, não podia ficar acompanhante e vir embora. A gente deixa um querido da gente lá e quando vai procurar, sumiu do hospital. Como é que deixa um paciente sumir do hospital? O paciente doente e não liga para avisar a família e nada”, questionou.
HRN
O Hospital Regional do Norte (HRN) comunicou que o paciente José Carlos da Silva Júnior deu entrada na unidade hospitalar e após avaliação médica, ele se recusou a realizar os procedimentos médicos recomendados. A direção informou que o paciente exerceu o direito de recusa de tratamento e deixou voluntariamente as instalações do hospital.
O 7Segundos questionou desde segunda-feira (18) uma posição da HRN, mas a direção só se manifestou por meio de um comunicado nas redes sociais. Confira o comunicado na íntegra: