Polícia

Pai de menina encontrada morta em estábulo de Palmeira dos Índios é denunciado pelo MPE/AL

Apesar da reprodução simulada não apontar participação de terceiros na morte da criança, o pai é acusado de maus-tratos e abandono

Por Erick Balbino/7Segundos 20/11/2024 06h06 - Atualizado em 20/11/2024 06h06
Pai de menina encontrada morta em estábulo de Palmeira dos Índios é denunciado pelo MPE/AL
Segundo a mãe, Maria Katharina teria sido agredida pelo pai antes de ser encontrada morta - Foto: Reprodução

O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE) ofereceu denúncia contra o pai de Maria Katharina Simões da Costa, de 10 anos, encontrada morta no estábulo da casa onde morava com a família, em Palmeira dos Índios, Agreste alagoano. A denúncia inclui acusações de agressão física e abandono de incapaz com resultado morte. 

Apesar de a reprodução simulada realizada no caso apontar que era possível a menina ter amarrado a corda sozinha e não haver indícios da participação de outra pessoa no local, o MPE entendeu que há elementos suficientes para a denúncia. 

Segundo o órgão, o conjunto probatório, aliado aos depoimentos de testemunhas e aos dos denunciados, comprovou a autoria e a materialidade dos crimes. Em trecho do processo, o promotor de Justiça Luiz Alberto de Holanda Paes Pinto detalha as conclusões do caso: 

“Diante de todos os fatos narrados, verifica-se que o denunciado abandonou sua filha de 10 anos sozinha em casa, em situação de vulnerabilidade, bem como praticou constantemente maus-tratos contra seus filhos. Aplicou tortura-castigo ao deixá-los passar a noite e a madrugada nas baias dos cavalos, como forma de punição. Todo esse contexto de violência física, psicológica e verbal induziu e instigou a prática de suicídio de sua filha Katharina.” 

O inquérito foi encaminhado para a 4ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira dos Índios, onde seguirá sob análise. 

O advogado do acusado, Jailson Correia, informou que teve conhecimento do oferecimento da denúncia, mas que aguardará a decisão judicial para se manifestar.

Ele também destacou que seu cliente sempre colaborou com as investigações e afirmou confiar no Poder Judiciário de Alagoas.