Pescadores ocupam agência no INSS para cobrar pagamento de seguro
Categoria planeja novas manifestações se não houver solução para problema
Um grupo de pescadores ocupa desde as primeiras horas desta quarta-feira (17), uma agência do INSS situada em Porto Real do Colégio, município localizado na região do Baixo São Francisco, para cobrar o pagamento do seguro defeso.
A manifestação reuniu pescadores de Porto Real do Colégio, São Brás e Olho d’Água Grande.De forma pacífica, a categoria ocupou a agência para cobrar o seguro destinado aos que sobrevivem da pesca artesanal e não podem trabalhar por conta da proibição relativa ao período de reprodução do pescado.
O 7Segundos conversou, por telefone, com Roberto Campos, presidente da colônia de pescadores de São Brás.
“O nosso movimento não é contra o pessoal do posto do INSS de Colégio, nem também se trata de um problema local, mas é estrutural por que o governo não tem como atender todo mundo a contento. Somente de pescadores são cerca de três mil para ser atendidos aqui na agência de Colégio” (sic), explicou Campos sobre a escassez de pessoal, problema que afeta outras áreas de responsabilidade do INSS.
“Por conta dessa situação, tem pescador passando fome e nem pode mais comprar nada fiado por que as mercearias não querem empenhar o cartão do seguro. O nosso povo está sofrendo muito porque o Bolsa Família é suspenso durante o período de pagamento do defeso e nós estamos sem o seguro desde novembro” (sic), informa o presidente da Colônia de Pescadores que foi recebido pelo gerente da agência de Porto Real do Colégio, Alando Lima.
“Eles estão aqui na agência sem fazer bagunça e cobrando um direito de forma pacífica. A gerência executiva do INSS em Alagoas já tem um grupo de trabalho específico para a questão do seguro-defeso e nós fomos informados que haverá uma reunião para tratar do assunto na próxima quarta-feira (24), em Maceió”, informou Alando Lima, acrescentando que, apesar de estar em período de férias, deslocou-se até seu local de trabalho para mediar o entendimento.
Informados sobre a convocação de reunião, com a presença de representantes da federação que reúne as colônias e associações de pescadores de Alagoas, a manifestação foi encerrada.
“Nós não sabemos mais o que fazer para segurar esse povo que está passando fome e será preciso novas manifestações, com bloqueio de ponte e rodovias certamente, para termos uma solução”, disse Roberto Campos, temendo o risco de saques a locais que comercializam alimentos.