Artesãs do Agreste unem produção artesanal e trabalho voluntário
Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de recém-nascidos costumam ser ambientes de grande estresse e tensão. Há bebês prematuros e em estado grave e mães que aguardam, ansiosamente, por sua recuperação.
Entretanto, no Hospital Regional de Arapiraca, região do Agreste alagoano, essa realidade tem se tornado um pouco mais leve, devido a uma importante iniciativa, que envolve produção artesanal e trabalho voluntário.
Como parte de uma ação trazida da Dinamarca, o movimento Polvinhos do Amor, desenvolvido pelo grupo de artesãs alagoanas Colcheteiras e Cia Solidária, atua na produção de polvos feitos de crochê para serem doados ao Hospital. Por lá, os bichinhos são colocados dentro das incubadoras e passam a dividir o espaço com os bebês.
Segundo pesquisas da área de Neonatologia, a iniciativa tem efeito positivo cientificamente comprovado na situação clínica dos recém-nascidos.

Os bonecos são feitos em fios 100% algodão, com oito tentáculos de 22 centímetros de comprimento. Maiores que as próprias crianças, os polvos envolvem os bebês, evitando acidentes e choques nas paredes da incubadora.
A reprodução da ideia em Alagoas partiu da artesã e técnica de enfermagem Lusandra Gomes. Especialista em Consultoria de Amamentação, Lusandra vive o cotidiano da UTI Neonatal e enxerga o projeto como uma alternativa para unir a produção artesanal ao trabalho voluntário.
O artesanato está presente na minha vida desde a infância, por meio da renda tenerife, do macramê e do crochê. Com o movimento Polvinhos do Amor encontrei uma maneira de usar nosso talento para algo além da comercialização, ajudando quem precisa, por meio do artesanato, e atuando com um importante trabalho de saúde pública. Temos diversos casos onde são identificadas melhorias no ganho de peso e em sinais vitais das crianças”, afirmou Lusandra Gomes.
Profissionalização do artesanato
Formado por, aproximadamente, 40 artesãs, o grupo Colcheteiras e Cia Solidária existe desde 2003 e foi criado a partir da necessidade de profissionalizar o artesanato local. Aliado ao trabalho voluntário, as artesãs comercializam seus produtos no Mercado do Artesanato de Arapiraca e em feiras e eventos nacionais, além de realizarem oficinas mensais para ensinar a técnica do crochê.
Atualmente, o município de Arapiraca conta com 350 profissionais que possuem a carteira do artesão. Em toda a região do Agreste o número chega a 1.150 artesãos cadastrados no Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), coordenado em Alagoas pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur).
A carteira do artesão garante a isenção do ICMS na emissão de notas fiscais avulsas, e, de posso do documento, o artesão pode se inscrever em editais abertos pela Sedetur para levar seu trabalho para feiras de artesanato realizadas em todo o país.
Para a artesã Maria Nasidy, o apoio do Governo do Estado tem sido fundamental para conceder mais visibilidade ao trabalho das artesãs.
“É gratificante para nós enxergar a valorização que a gente vem ganhando nos últimos anos. Sabemos que o que a gente produz é com muito amor, mas não se trata só disso. É nossa maneira de ganhar dinheiro fazendo aquilo que gostamos", ressalta a artesã Maria Nasidy.
À frente da pasta Sedetur, o secretário Rafael Brito destaca a importância do artesanato como fonte de emprego e renda para centenas de alagoanos.
"Em Alagoas, temos mais de 13 mil artesãos inscritos no Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), um número que já possui destaque nacional, além da diversidade de tipologias e qualidade das peças. Pensando nisso, é compromisso do Governo de Alagoas garantir oportunidades para que esses profissionais continuem sendo reconhecidos e, mais que isso, tenham uma vida digna com a comercialização de seus produtos", ressaltou o secretário Rafael Brito.
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